As duas maiores votações do PSB no Espírito Santo nas eleições de 2018 estão prestes a deixar as fileiras do partido, à espera apenas de prazos permitidos por lei, para preservarem seus respectivos mandatos. O deputado federal Felipe Rigoni e o estadual Sergio Majeski desenvolvem conversas com a Rede, para onde devem migrar, alterando o cenário político no Estado.

Nesta sexta-feira (20), as duas lideranças conversaram sobre o panorama político nacional e capixaba, a possibilidade de troca de partido, e as eleições municipais de 2020. Os dois apresentam propostas concretas para deixarem as fileiras socialistas, confirmando comentários nos meios políticos, intensificados depois da punição de Rigoni pela Executiva Nacional.

O parlamentar foi punido por ter votado a favor da reforma da Previdência, contrariando decisão do partido, e foi suspenso das atividades partidárias que consistem nas relatorias e participação em comissões. Rigoni participa de 12 comissões.

Do lado de Sergio Majeski a insatisfação vem desde o período pré-eleitoral de 2018, com as articulações ao Senado feitas pelo partido com o ex-senador Magno Malta (PL) e, depois, favorecimento à candidatura de Marcos do Val (Cidadania), forçando-o a concorrer à reeleição à Assembleia Legislativa.

A saída das duas lideranças favorece o prefeito da Serra, Audifax Barcelos, presidente estadual da Rede e potencial candidato ao governo em 2022, e representa esvaziamento no PSB no Estado, com reflexos negativos nos movimentos para a reeleição do governador Renato Casagrande. 

Estão em jogo, antes da sucessão do governo, as eleições municipais de 2020, cenário no qual Majeski aparece como forte concorrente em Vitória, considerando a expressiva votação para a Assembleia e o bom desempenho do mandato. Sua posição de parlamentar independente, apesar de ser do mesmo partido do governador, desagrada ao Palácio Anchieta. 

A saída de ambos do PSB sem a perda de mandato depende de uma decisão por meio de processo na Justiça Eleitoral. Os dois trabalham nesse sentido.