Augusto Aras foi aprovado pelo Senado na última quarta-feira (25) para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos próximos dois anos, no lugar de Raquel Dodge. O nome de Aras foi aprovado por 68 votos a 10. 

Antes da votação no Plenário da Comissão de Constituição Justiça (CCJ), Aras foi contestado pelo senador Fabiano Contarato (Rede), por ter assinado uma carta da Associação de Juristas Evangélicos que defende “valores cristãos” e a “cura gay” e não reconhece famílias constituídas a partir de relações homoafetivas.

Eu sou delegado de polícia há 27 anos, eu sou professor de Direito há 20, estou senador da República. Eu tenho muito orgulho da minha família, eu tenho um filho. O senhor não reconhece a minha família como família? Eu tenho subfamília? Porque esta carta diz isso, senhor procurador. E diz mais: estabelece cura gay. Eu sou doente, senhor procurador?”, questionou Contarato.  

A carta assinada por Aras foi revelada em reportagem publicada no último dia 10 no Jornal Estado de São Paulo. A carta cita argumentos contra questões como o aborto, sobre tributação de igrejas, sexualidade, refugiados e ensino, entre outros temas. Entre eles o não reconhecimento de família, na esfera pública, composta por uma união homoafetiva. “A instituição familiar deve ser preservada como heterossexual e monogâmica.”

“Não quero dizer a Vossa Excelência nem a ninguém que não tenha família”, afirmou Aras, acrescentando que não “leu a pauta inteira” que assinou da associação. Agora, falta o decreto do presidente Jair Bolsonaro, que o indicou, para oficializar a nomeação.