Articulação para reeleição foi ‘sórdida e rasteira’, repudiaram os poucos deputados que votaram contra
Com 23 votos favoráveis, apenas quatro contrários e uma abstenção, o deputado Erick Musso (Republicanos) garantiu na manhã desta quarta-feira (27) sua permanência na Presidência da Assembleia Legislativa até fevereiro de 2023. Em clima festivo para seus apoiadores e debaixo de protestos e críticas da minoria dos deputados, ele foi reeleito para um terceiro mandato, que começa em fevereiro de 2021.
Um dia depois da alteração na Constituição do Estado que permitiu antecipar as eleições da Mesa-Diretora, articulada por seu grupo, Erick apresentou uma chapa única ao Plenário, de forma inesperada, impossibilitando a formação de blocos de oposição.
“É um dos dias mais vergonhosos da história desta Casa”, declarou Sergio Majeski (PSB). “Não foi de graça que as pessoas apoiaram isso. Que se dê transparência para os cargos da mesa, para quem eles são distribuídos, quantos deputados têm quantos cargos desses de livre nomeação da mesa”, provocou.
Também criticaram a manobra e votaram contra a chapa de Erick, os deputados Dary Pagung (PRP), “instalou-se a ditadura na Casa”, além de Iriny Lopes (PT), Fabrício Gandini e Luciano Machado (PV), este, que na nova composição, foi o único que perdeu cargo, o de 1º secretário da Mesa. O deputado Theodorico Ferraço (DEM) não compareceu à sessão.
A Mesa-Diretora eleita é formada, além de Erick Musso na Presidência, pelos deputados Marcelo Santos (PDT), 1º vice-presidente, Torino Marques (PSL), 2º vice, Adílson Espindula (PTB), 1º secretário, Freitas (PSB), 2º secretário, Marcos Garcia (PV), 3º secretário, e Janete de Sá (PMN), 4º secretário.
Em seu voto, a deputada Iriny Lopes disse que faltou o diálogo e condenou o método adotado na realização da eleição para escolha da futura Mesa. Já Dary Pagung, vice-líder do governo, que na semana passada divulgou uma nota de repúdio aos movimentos de Erick Musso, criticou a falta de transparência nas articulações.
O atual 1º secretário da Mesa, Luciano Machado, que será substituído por Adílson Espindula, mostrou-se surpreso e declarou não ter sido procurado, afirmando que, até então, tem sido um parceiro de Erick Musso. Como Machado, também Raquel Lessa e Alexandre Xambinho foram substituídos, por Marcos Garcia (PV) e Janete de Sá (PMN).
Para Majeski, Erick Musso não tem estatura para ser presidente, porque “tenta vender uma imagem do político novo, de inovação na política, mas tem gestos que estão entre os mais rasteiros e encardidos da política nacional”. “Foi tudo tramado para pegar todo mundo de surpresa. Foi pequeno, rasteiro, sórdido, uma vergonha”,