O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva na tarde desta terça-feira (16), realizou esclarecimentos sobre a contratualização de leitos feito pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) desde o início da contaminação do novo Coronavírus (Covid-19) em solo capixaba.

“Existe uma polêmica no que diz respeito à estratégia da oferta de leitos hospitalares no Estado do Espírito Santo para pacientes Covid e pacientes atingidos por outras doenças. Essa polêmica sugere que o Estado ficou refém da iniciativa privada para enfrentar a pandemia, o que não é verdade. Os dados disponibilizados no Painel Covid-19 ES com total transparência e atualizados diariamente desconstroem essas polêmicas”, disse Nésio Fernandes.

O total de leitos de UTI comprados da rede privada para atendimento de pacientes Covid somam 108 (16,64%); os filantrópicos são 134 (20,65%); e na rede própria estadual são 407 (62,71%). “No caso dos leitos de enfermaria, eles não representam um indicador para o risco extremo, pois são de média e baixa complexidade que não contabilizam na decisão de fechar ou não de maneira mais restrita as atividades sociais e econômicas”, informou Nésio Fernandes, sobre dados até essa terça-feira.

O secretário falou ainda sobre outra polêmica, que são os hospitais de campanha. “Eles não representam a solução para a oferta de leitos de UTI, que são os leitos que de fato determinam o salvamento de uma vida. Quero deixar claro para toda a sociedade que o Governo de Renato Casagrande estruturou uma estratégia que pode garantir um legado ao final da pandemia de uma estrutura hospitalar renovada e permanentes para a população. É uma demonstração de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, argumentou.

O secretário afirmou também que, no momento em que a pandemia cessar será possível reconhecer uma nova rede hospitalar estadual. Exemplos: o Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, antes da pandemia tinha 20 leitos de UTI e passará a ter 40; o Hospital Geral de Linhares, antes com oito de UTI, terá 28; o Hospital Sílvio Avidos, em Colatina, tinha 16 leitos de UTI e poderá chegar a 54 até o final da pandemia.

“É uma ampla expansão do número de leitos nos hospitais próprios e quero destacar ainda o Hospital Jayme que, tirando a maternidade e outros leitos adulto, tinha 60 de UTI e hoje está com 250 e se tornou o segundo maior hospital Covid do Brasil, perdendo apenas para o Hospital das Clínicas de São Paulo. O Jayme conta com uma equipe altamente competente, capacitada para lidar com pacientes críticos”, pontuou Fernandes.

O secretário destacou que o Governo do Estado modificou o tempo de resposta por vaga em um leito de UTI, que antes era, em média, de três dias para um dia e meio. A reorganização da rede de atenção hospitalar permitiu uma mudança do perfil de hospitais e ampliação de alguns serviços.

O Hospital Central, por exemplo, que antes tinha 18 leitos de UTI terá 38 com ampliação da oferta de neurocirurgia. “O Central é um hospital de excelência, gerido pela organização social Santa Catarina que recentemente teve publicações internacionais de trabalhos produzidos dentro da unidade”.

Outro exemplo de serviço é o de atenção ortopédica que abriu 70 leitos de enfermaria e 10 de UTI no Hospital da Associação dos Funcionários Públicos em Vitória. Também foram ampliadas algumas referências médicas com o Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes para atender especialidade que antes eram ofertadas no Hospital Dório Silva.

“A reorganização da rede levou em consideração também a contratualização da Clínica dos Acidentados para atendimento de pacientes clínicos. O conjunto dessas mudanças de perfis resultaram na garantia de que o Estado pudesse administrar o crescimento da pandemia e a expansão da oferta de leitos hospitalares. Por isso, a necessidade de termos clareza nas informações”, frisou Fernandes.

Ao final, o secretário lembrou que o enfrentamento da pandemia requer de cada cidadão capixaba um comprometimento. “Não venceremos a Covid com leito de UTI, nem com polêmicas infundadas. Mas, com a consciência de todos, de que cada um precisa se sentir parte desse enfrentamento, cooperando com as medidas anunciadas pelo Governo desde o início. Com coesão do povo e não divisão”.