O senador admite pela primeira vez que ex-assessor pagou suas contas
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) assumiu pela primeira vez que seu ex-assessor Fabrício Queiroz de fato pagava suas contas pessoais.
Em entrevista ao jornal O Globo, o filho do presidente diz que esses depósitos para Queiroz destinavam-se a contratar informalmente mais funcionários, o que teria acontecido sem seu conhecimento.

“Mais de 80% dos recursos que passaram pelo Queiroz são de familiares dele. Então, qual o crime que tem de o cara ter um acordo com a mulher, com a filha, para administrar o dinheiro?”, questiona Flávio.

Queiroz é apontado pelo Ministério Público como operador financeiro do esquema das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.. As irregularidades teriam ocorrido no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual. O ex-assessor foi preso em Atibaia, na casa do advogado de Flávio.

O senador afirmou que é desproporcional o que o Ministério Público faz com ele e que o caso só ganhou repercussão por ser filho do presidente.

“Tenho uma vida simples para caramba. Não esbanjo nada. Meu modo de vida passa longe de uma pessoa rica. Tenho meu conforto e sempre trabalhei muito para isso”, justifica.

As investigações apontam também que o policial militar Diego Sodré de Castro Ambrósio quitou um boleto de um apartamento comprado pela sua mulher. O senador também nega irregularidades nestas transações.

“A gente estava no churrasco de comemoração da minha eleição. A conta estava para vencer e, para eu não sair do evento e ir ao banco pagar, porque eu não tinha aplicativo no telefone, ele falou: “Deixa que eu pago aqui para você e depois você me dá o dinheiro”. Foi isso o que aconteceu”, diz.

Crítica à Lava Jato e ao STF
Flávio fez críticas a Sergio Moro e à Lava-Jato ao afirmar que a operação tenta fazer “gol de mão” nas investigações..

“Aras tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro”, diz.

Sobre o inquérito do Supremo que investiga fake news de bolsonaristas, Flávio classifica como perseguição.

“Não dá é para criar uma narrativa de que há uma coordenação, por parte nossa, de ataques a adversários. Hoje, com rede social, ninguém controla isso. Nesse projeto de lei das fake news que tramita no Congresso, está claro que quem está a favor, na grande maioria, é quem quer calar os conservadores e os perfis de direita. Quem decide o que é fake news? Se eu falar que a cloroquina, em muitos casos, salvou vidas, estaria propagando fake news?”.

O filho do presidente segue a linha do pai e defende o uso da cloroquina no tratamento do coronavírus. “Qual a comprovação científica de que usar máscara ajuda? De que tem que fechar praia? O debate é direcionado”.