Dois hospitais particulares do Espírito Santo iniciaram atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do programa federal “Agora tem Especialistas”, com foco na redução da fila e do tempo de espera por cirurgias eletivas. A medida visa desafogar a rede pública e ampliar o acesso da população a procedimentos programados.
O que muda no atendimento à população
Os hospitais Vitória Apart, na Serra, e São Bernardo Apart, em Colatina, aderiram ao programa e passam a realizar consultas, exames e, sobretudo, cirurgias eletivas para usuários do SUS. O encaminhamento dos pacientes será feito apenas por meio da regulação da fila de espera da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e não por busca direta nas unidades.
Recursos e procedimentos previstos
O governo federal destinará cerca de R$ 14 milhões por ano para a realização de quase 4,500 procedimentos no Espírito Santo — sendo 3.456 no Vitória Apart e 1.032 no São Bernardo Apart, segundo o diretor do programa no Ministério da Saúde. Há ainda previsão de que até R$ 35 milhões por ano sejam investidos no estado para ampliar o atendimento.
Entendimento do programa “Agora tem Especialistas”
O programa federal, lançado em maio de 2025, permite que hospitais particulares e filantrópicos realizem atendimentos do SUS em troca de benefícios fiscais ou abatimento de dívidas com a União. Em vez de receber pagamento direto pelo serviço, as instituições recebem um Certificado de Valor de Crédito Financeiro (CVCF) que pode ser usado para quitar débitos tributários ou com a União no futuro.
No Espírito Santo, além das duas unidades já confirmadas, outros hospitais particulares estão em processo de cadastramento junto ao Ministério da Saúde para participarem do programa e ampliar o atendimento.
Perspectiva e desafio do SUS
A iniciativa integra uma estratégia nacional para reduzir o tempo de espera por atendimento especializado, em especial cirurgias eletivas, que aumentaram significativamente após a pandemia de Covid-19. A participação de hospitais privados é vista como um componente adicional à capacidade do sistema público de saúde.




