Parecia que teríamos uma modorrenta quarta-feira em Brasília. O Congresso empurrava com a barriga suas votações. E, no Supremo Tribunal Federal, o presidente da Corte, apresentava um demorado e chatíssimo voto no julgamento sobre o compartilhamento de dados da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do Banco Central com o Ministério Público e a Polícia Federal. Mas a coisa começou a ficar estranha quando, por volta da hora do almoço, o deputado Zeca Dirceu (PT-SP), filho do ex-ministro José Dirceu, postou no Twitter que uma bomba estava para explodir em Brasília. Seria “o fim do desgoverno miliciano e insano” de Jair Bolsonaro, disse.
E eis que no meio da tarde apareceu algo com a força de uma bomba: o jornalista Kennedy Alencar revelou na rádio CBN que a Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a hipótese de envolvimento de Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, nos assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo Kennedy, na linha de investigação da Polícia fluminense, o vereador Carlos Bolsonaro teria relação próxima com Ronnie Lessa, apontado como assassino profissional que teria disparado contra Marielle e o motorista. Ronnie Lessa é vizinho da residência de Bolsonaro e do filho em um condomínio do Rio. E Carlos teve uma discussão pública com Marielle na Câmara Municipal. Carlos Bolsonaro era o principal protagonista da família nas redes sociais. Mas fechou sua conta no Twitter logo depois que um porteiro do condomínio afirmou ter dado entrada a um comparsa de Ronnie Lessa no condomínio por autorização vinda da casa de Bolsonaro. Nesta sexta-feira foi revelado também que o porteiro voltou atrás. Disse ter se enganado e que a autorização partiu da casa do miliciano. Mas o fato é que a história está ficando cada vez mais complicada e cabeluda. Daquelas coisas que precisam ser explicadas em muitos detalhes.
Texto de Tales Faria
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do REDAÇÃO CAPIXABA