Deputado apontou falta de embasamento legal e “chacota nacional” com tramitação do pedido de Assumção

Falta de embasamento legal, documento infundado, show político e chacota eleitoral e administrativa da Assembleia Legislativa em âmbito nacional. Esses foram alguns dos pontos levantados pelo deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) na sessão ordinária desta terça-feira (10), ao apelar à Mesa Diretora pelo indeferimento do pedido de impeachment do governador Renato Casagrande protocolado por Capitão Asssumção (PSL), alegando crime de responsabilidade.

Ao apontar a medida como “ridícula” e com intenção de transformar o Espírito Santo “numa praça de guerra”, Enivaldo protocolou requerimento para o presidente Erick Musso (Republicanos), defendendo que não submeta o governador e os deputados à apreciação do impeachment. “Cabe à Mesa indeferir. Caso contrário, vai mostrar que não tem juízo, inteligência e capacidade e sensibilidade política”, argumentou.

O deputado solicitou resposta em até 24 horas e apelou também a Assumção para que avalie a possibilidade de retirar o pedido, que contesta o não comparecimento pessoal anual do chefe do Executivo à Assembleia, cuja data limite era três de março deste ano. “Não vejo qualquer razão de tentar afastar o governador. Esse tipo de política não é saudável, não é inteligente, é atirar no próprio pé”, criticou.

O discurso de Enivaldo foi seguido em plenário pelo líder do governo, Freitas (PSB), e os deputados Marcos Garcia (PV), Rafael Favatto (Patriota), Luciano Machado (PV) e Alexandre Quintino (PSL). 

Favatto, além de reiterar o “achincalhamento” à Assembleia, lembrou que o governador enviou ofício a Erick Musso antes do fim do prazo, dia dois deste mês, comunicando de agenda inadiável em Brasília e com pedido de agendamento de uma nova data, em abril próximo.

Apesar dos pronunciamentos, Assumção não recuou, reagiu dizendo que “o choro é livre”, e cobrou respeito à lei. “Deputado serve para ser palhaço ou fazer a vontade do governador?”, questionou. Assim como em sessões anteriores, o deputado voltou a dizer que Casagrande “está correndo do pau e se escondendo”.

Enivaldo encerrou o debate com uma questão de ordem, ressaltando que o Estado tem, equivocadamente, três dispositivos que tratam do comparecimento do governador à Assembleia. Um da Constituição (dia a ser marcado), outro de lei estadual (primeiros 30 dias), e o último do Regimento Interno (15 setembro). “Não se trata de correr, são três datas. Qual a Assembleia Legislativa vai cumprir?”. O deputado pediu resposta da Mesa Diretora no prazo de 72 horas.