Presidente também afirmou que ‘daqui pra frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição’. Manifestantes levaram faixas pela intervenção militar e contra o Congresso e o STF.
O presidente Jair Bolsonaro participou, neste domingo (3), de mais um ato a favor do governo e de medidas antidemocráticas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Os manifestantes pediram intervenção militar e criticaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ministros do Supremo Tribunal Federal e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro – que acusa o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal para proteger familiares.
Na quinta (30), Bolsonaro acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de tomar uma decisão “política” ao barrar a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o comando-geral da PF. Na live, o presidente voltou a criticar o que chama de “interferência”.
“Ela [A Constituição] será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla-mão. Não é de uma mão, de um lado só não. Amanhã nomeamos novo diretor da PF e o Brasil segue o seu rumo, aí”.
Sem máscara, Bolsonaro levou a filha Laura, de 9 anos, para o Palácio do Planalto, de onde acenou para manifestantes que se aglomeravam em frente ao prédio. O presidente não foi à grade do Planalto, mas liberou a entrada de participantes do ato, que subiram a rampa e estenderam uma bandeira do Brasil.
Enquanto Bolsonaro conversava com manifestantes, parte do grupo hostilizou jornalistas e fotógrafos que acompanhavam o ato. A Polícia Militar precisou montar um cordão de isolamento improvisado para evitar as agressões.
Em declaração transmitida por live em rede social, Bolsonaro afirmou: “Temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade”.
“Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes, e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega de interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente. Acredito no povo brasileiro e nós todos acreditamos no Brasil.”
Ao final, o presidente disse: “Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição.”