Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro agrediram jornalistas neste domingo, durante manifestação a favor do mandatário, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Um repórter fotográfico do Estado de São Paulo foi derrubado duas vezes, foi chutado e levou murros na barriga. Um motorista do jornal levou uma rasteira. Em nota, a Associação Nacional dos Jornalistas (ANJ) condenou os ataques aos profissionais e afirmou que os agressores “atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa“.
As agressões receberam também críticas e o repúdio de diversas outras autoridades e entidades da sociedade civil, como a ministra Cármen Lúcia, do STF, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Um repórter do Poder360 também foi agredido verbalmente e levou um chute de um manifestante. Os três foram retirados do local em uma viatura, após os apoiadores de Bolsonaro os cercarem, enquanto gritavam palavras de ordem contra a imprensa, como “Globo lixo” e “fora Estadão”.
O ataque começou no momento em que Bolsonaro descia a ladeira do Planalto para falar com os manifestantes e um grupo começou a entoar gritos contra a imprensa. Em seguida parte dos apoiadores se deslocou para onde os profissionais da imprensa estavam e endossaram as agressões. Neste momento, um repórter da Folha de São Paulo foi empurrado, ao tentar proteger um dos colegas.
Outro repórter fotográfico tentou socorrer o colega e também foi agredido. Um manifestante o empurrou e tentou pegar a câmera fotográfica. Na confusão, os óculos dele foram quebrados.
A Polícia Militar foi acionada e fez um cordão de isolamento para proteger os repórteres. Mesmo com a proteção da PM, as agressões verbais continuaram e cessaram apenas no momento em que os profissionais foram retirados do local.