Argentina, nosso país vizinho registra 5598 casos e 293 mortes. Mesmo com diferenças no tamanho da população e do território, Argentina mostra que isolamento rigoroso rendeu melhores resultados
Comparado ao Brasil, proporcionalmente, levando em consideração que o país vizinho tem praticamente um quinto da nossa população (45 milhões de habitantes, contra 217 milhões no Brasil), os hermanos têm menos da metade de casos confirmados e um terço dos nossos mortos.
Se considerarmos 20% do total de 25.262 casos confirmados e 1.532 mortos do Brasil, nossos números seriam respectivamente 5.052 e 306. É lógico que os países apresentam grandes diferenças, a começar pelo tamanho do território, e essa comparação demográfica pode ser usada apenas para constatar que a doença está mais controlada na Argentina. Mas, o que nossos vizinhos têm feito de diferente para obter esses melhores resultados?
Curiosamente, foi a Argentina que registrou a primeira morte por COVID-19 na América Latina, em 7 de março, enquanto o primeiro país da região a confirmar uma infecção por coronavírus foi o Brasil, em 26 de fevereiro. De qualquer forma, a expansão da doença levou todos os países da região, com exceção do Brasil e do Uruguai, a restringir nacionalmente o movimento de seus cidadãos para conter a pandemia.
LOCKDOWN
Na Argentina, a quarentena total (lockdown) foi decretada em 20 de março, quando os cidadãos só podiam sair de casa para comprar comida ou medicamentos, sob pena de serem detidos por delito contra a saúde pública.
As fronteiras do país vizinho foram fechadas antes disso, em 15 de março, quando apenas argentinos e residentes estavam autorizados a entrar.
Inicialmente prevista até 30 de março, a quarentena já foi prorrogada duas vezes e atualmente tem término previsto para 26 de abril. Porém, a chance de haver outra prorrogação é grande. O retorno do funcionamento das escolas está marcado para agosto, no término do inverno, o que também é uma preocupação, já que existem teorias que apontam que a doença pode ser mais severa quando o clima está frio.
Em declaração recente, o presidente da Argentina Alberto Fernández afirmou que, caso o país não tivesse adotado o distanciamento social, hoje teria 45 mil casos confirmados e 83% dos leitos ocupados. Porém, aos poucos, o isolamento domiciliar vem relaxando, com a permissão de que novas categorias profissionais voltassem à ativa, cedendo à pressão de setores produtivos, como a mineração. Na segunda-feira, os bancos também começaram a funcionar, mas em turnos menores.
Espírito Santo é o sétimo Estado com o maior número de casos no Brasil, mas o primeiro lugar em transparência dos dados do Coronavírus.
O Espírito Santo é o estado mais transparente na divulgação dos dados referentes ao novo Coronavírus (Covid-19) no Brasil. É o que mostra o 6º boletim elaborado pela ONG Open Knowledge Brasil (OKBR), divulgado nesta quinta-feira (07). O ranking, que inclui todos os estados e o Governo Federal, é atualizado semanalmente. Para ver o relatório completo, acesse o link: https://transparenciacovid19.ok.org.br/files/Transparencia-Covid19_Boletim_6.pdf
O Estado, que já ocupava a terceira posição nas últimas avaliações, com nível de transparência classificado como alto, chegou ao 1º lugar ao passar a divulgar boletim diário com o número de leitos ocupados e a apresentar dados sobre a ocorrência de outras doenças respiratórias. A pontuação do Espírito Santo passou de 93 a 98 (de um máximo de 100 pontos).
A nota obtida mostra a rápida e constante evolução da transparência dos dados no Estado, que inicialmente havia sido enquadrado na categoria opaca, na avaliação realizada no dia 9 de abril. Em apenas uma semana, o Espírito Santo passou a ocupar o topo da escala, ficando entre os estados mais transparentes; e agora, menos de um mês depois, assume o primeiro lugar.
“A melhor forma de explicar a importância da transparência para o combate à pandemia é justamente o lema usado pela entidade avaliadora: dados abertos ajudam a salvar vidas. A informação livre e sem obstáculos é o ponto de partida para pesquisadores, mídia, sociedade civil e para o próprio cidadão. Todos esses atores podem, de alguma forma, ajudar. Mas precisam ter informações íntegras, atualizadas e acessíveis”, destaca o secretário de Estado de Controle e Transparência, Edmar Camata.