Ministro permaneceu 14 meses. Deixará MEC após sequência de crises com outras instituições. Nos últimos meses, ofendeu chineses e chamou ministros do STF de ‘vagabundos’.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou nesta quinta-feira (18) que deixará o cargo. A informação foi dada em um vídeo publicado pelo próprio Weintraub, em que o ministro aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro e lê um texto de despedida. O nome do substituto não foi informado.
Nesta quarta, a comentarista do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo informou que o governo pretende indicar Weintraub para o Banco Mundial, em Washington, o que o ministro confirmou no vídeo. No Banco Mundial, o Brasil lidera um grupo de nove países e, como maior acionista, tem a prerrogativa de indicar o diretor da área.
“Sim, desta vez é verdade. Eu estou saindo do MEC e vou começar a transição agora. Nos próximos dias, eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo”, diz Weintraub.
Ele não quis falar sobre as razões da demissão. “Neste momento, eu não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe. O importante é dizer que eu recebi o convite para ser diretor de um banco. Já fui diretor de um banco no passado. Volto ao mesmo cargo, porém no Banco Mundial”.
Ainda lendo a carta de despedida, Weintraub diz estar preocupado com a segurança da família. Com a ida para o Banco Mundial, o ministro deve se mudar para Washington, nos Estados Unidos.
“O presidente já referendou. Obrigado, presidente. E com isso, eu, a minha esposa, os nossos filhos e até a nossa cachorrinha Capitu, a gente vai poder ter a segurança que hoje me está deixando muito preocupado”, afirma.
“Estou fechando um ciclo, presidente, e começando outro. E é claro que eu sigo apoiando o senhor, presidente Bolsonaro, como eu fiz nos últimos três anos.”
No vídeo, o presidente Jair Bolsonaro diz a Weintraub que o momento é “difícil”, mas “de confiança” e que os compromissos de campanha estão mantidos.
“É um momento difícil. Todos os meus compromissos de campanha continuam de pé. Busco implementá-lo da melhor forma possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando. E o momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser”, afirma Bolsonaro no vídeo.
No final do vídeo, Weintraub pede “um abracinho” ao presidente.
Íntegra da fala de Weintraub
Leia abaixo a transcrição do vídeo em que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anuncia a própria demissão.
Abraham Weintraub: Primeiro, eu queria agradecer todo apoio e carinho que eu e minha família estamos recebendo de vocês. Eu achava que tinha pouco Weintraub no Brasil, mas cada vez sinto que vocês fazem parte da minha família e hoje tem muitos Weintraubs. Muito obrigado.
Sim, desta vez é verdade, eu estou saindo do MEC e vou começar a transição agora. Nos próximos dias, eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo.
Neste momento, não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe. O importante é dizer que recebi convite para ser diretor de um banco, eu já fui diretor de um banco no passado, volto ao mesmo cargo, porém no Banco Mundial.
O presidente já referendou. Obrigado, presidente. E, com isso, eu, a minha esposa, os nossos filhos e até a nossa cachorrinha Capitu, a gente vai poder ter a segurança que hoje tá me deixando muito preocupado.
Estou fechando um ciclo, presidente, e começando outro. Claro que sigo apoiando o senhor, presidente Bolsonaro, como fiz nos últimos três anos. Neste período, eu vi um patriota que defende os mesmos valores que eu sempre acreditei: família, liberdade, honestidade, franqueza, o patriotismo e que tem Deus no coração.
Agradeço a honra que foi participar do seu governo, presidente, e desejo toda a sorte e sucesso que o senhor merece neste desafio gigante, que é salvar o Brasil.
Jair Bolsonaro: É um momento difícil, todos meus compromissos de campanha continuam de pé e busco implementá-los da melhor maneira possível. A confiança você não compra, você adquire.
Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade e sabem o que o Brasil está passando, o momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser.