O telefone celular em que Gustavo Bebianno registrou um ano e meio de conversas com Jair Bolsonaro retornou ao Brasil e está “muito bem guardado”, afirmou um amigo do ex-ministro morto por infarto em março deste ano.

O aparelho estava nos Estados Unidos aos cuidados da irmã de Bebianno. Em entrevista dada três meses antes de morrer ao programa 3 em 1, da Jovem Pan, o ex-aliado de primeira hora de Bolsonaro, mais tarde transformado em inimigo pelo presidente e sua família, revelou ter guardado “um material, inclusive fora do Brasil” para o caso de algo lhe acontecer.

Depois de seu rompimento com Bolsonaro, Bebianno chegou a deletar o conteúdo do celular, segundo esse amigo, “num acesso de raiva”. Mais tarde, arrependeu-se e conseguiu restaurar os diálogos — a maioria em forma de áudio por Whatsapp.

Uma pessoa que conhece o teor das conversas afirma não ter identificado nelas indícios de crimes. Mas diz considerar que a revelação dos diálogos seria “destruidora” para o presidente. “Há lá questões morais muito pesadas”.

No Twitter, o escritor Paulo Coelho, pediu para os fãs não se surpreenderem caso as mensagens entre ele e Bebiano se tornem públicas. De acordo com o escritor, os dois passaram a conversar com frequência depois que Bebiano foi “covardemente afastado” do governo Bolsonaro.

“Não se surpreendam se encontrarem conversas minhas com Bebianno no celular dele, que chegou ao Brasil. Falávamos com frequência depois q ele foi covardemente afastado.
Um homem de bem que deixou-se enganar pelos obsessores do Planalto.” — Paulo Coelho