A Merck, empresa farmacêutica que produz a ivermectina, divulgou um comunicado nessa 5ª feira (4.fev.2021) no qual afirma que não há base científica para comprovar a eficácia do medicamento no tratamento da covid-19.
A empresa disse que seus cientistas estão constantemente examinando todos os estudos disponíveis que relacionam a ivermectina com o coronavírus. Até o momento, concluíram que:
- não há base científica para determinar efeito terapêutico potencial contra a covid-19;
- não há evidência significativa de atividade clínica ou eficácia clínica em pacientes com a doença.
Ou seja, não existem provas de que o medicamento seja eficaz na prevenção ou tratamento da covid-19. Os pesquisadores destacaram a “preocupante falta de dados de segurança na maioria dos estudos”.
Eles disseram não acreditar “que os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina além das doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora”.
A ivermectina, assim como a cloroquina, foram amplamente defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro para o tratamento da covid-19. O presidente publicou uma mensagem no Twitter, em 5 de janeiro, em que afirma que a baixa taxa de óbitos por coronavírus em países africanos tem relação com a distribuição em massa da ivermectina.
Na mesma publicação, Bolsonaro também fez apologia ao uso do medicamento antiviral nitazoxanida, conhecido como Annita. Segundo ele, o vermífugo é capaz de reduzir a carga viral de pacientes infectados pelo coronavírus.
Até agora, não há nenhuma droga com eficácia comprovada contra a doença.
Associações como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Sociedade Brasileira de Infectologia já publicaram comunicados nos quais afirmam que o uso da ivermectina não é capaz de evitar a contaminação pelo coronavírus.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou, em nota, que “as indicações aprovadas são aquelas constantes da bula do medicamento” —nenhuma é para a covid-19.