O Espírito Santo aguarda a aprovação do Ministério da Saúde para iniciar a vacinação da população em geral – fora dos grupos prioritários – contra a covid-19. Se aprovada, a imunização ocorrerá por idade decrescente. A previsão da Secretaria de Saúde (Sesa) é começar a aplicação da primeira dose na faixa etária dos 18 anos até agosto deste ano.
A informação é do subsecretário em Vigilância de Saúde Luiz Carlos Reblin. No entanto, ele esclareceu que o planejamento depende ainda da chegada das doses de vacina. Segundo ele, pela previsão do Ministério da Saúde, o Espírito Santo deve receber mais de 800 mil doses em junho.
“Nossa expectativa é iniciar em junho a vacinação para a população com mais de 55 anos. Estamos aguardando a definição do Ministério da Saúde. Se tivéssemos vacina disponível, chegaríamos em junho aos 18 anos. No ritmo da chegada das doses, devemos alcançar essa faixa etária no final de julho ou agosto”, afirmou.
Atualmente, o Espírito Santo tem como grupos prioritários as pessoas com comorbidades, gestantes, idosos, trabalhadores da saúde, professores, agentes da segurança pública, rodoviários e moradores em situação de rua. Segundo o subsecretário, trabalhadores de portos e aeroportos devem ser atendidos nas próximas semanas. Outros profissionais devem ser vacinados junto ao grupo da população em geral.
Coronavac
Mais cedo, em entrevista ao programa Espírito Santo no Ar, o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que todos os que aguardam a segunda dose da Coronavac devem ser imunizados na primeira quinzena de junho. “O principal prejuízo é a carência da vacina do Butantan. A cada semana, sem o envio, acumulam-se os atrasos. A expectativa é de que até o dia 15 de junho, 100% da população que espera a D2 da Coronavac seja vacinada”, afirmou, destacando que não há atrasos na aplicação da segunda dose do imunizante da Astrazeneca.
O secretário explicou ainda que há expectativa da chegada de mais de 100 mil doses da Coronavac no início do mês de junho. Dessa forma, será possível zerar a fila de espera pelo imunizante.
“Na primeira semana de junho é possível que a gente receba entre 120 a 140 mil doses vacina do Butantan. Ao concluir a vacinação da D2, vamos iniciar a disponibilidade para os grupos daquele momento, mas vamos fazer a reserva para ter a segunda dose disponível em julho”, disse.
Nésio reforçou que os atrasos na aplicação do imunizante aconteceram por falta do IFA, que é o insumo utilizado para produzir a vacina. “Houve uma frustração da produção da Butantan, que depende do insumo vindo da China. Ontem (quarta-feira) o Butantan recebeu o IFA e deve regularizar a Coronavac em junho. A causa principal do atraso foi a distribuição e a falta de produção do Butantan”, finalizou.
Diante dos atrasos, muitas pessoas questionaram se haverá a necessidade de reaplicar a primeira dose em quem está com a D2 atrasada. No entanto, segundo o secretário, essa não é uma possibilidade.
“A probabilidade de que as pessoas tenham que reiniciar o esquema de vacinação por conta do atraso é muito baixa. Estudos apontam que eficácia do imunizante foi incrementada. A aplicação gera no sistema imune uma série de anticorpos. Vacina não é como antibiótico, ela gera uma resposta imune no corpo. Com a segunda dose, ela amplifica essa resposta”, explicou.