Em um protesto pacífico que buscou mostrar a pouca ação do Congresso ante pautas negativas para as causas ambientais, o Greenpeace Brasil encenou a entrega do Prêmio Motosserra de Ouro Edição 2021 ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O ato foi no Anexo II do Congresso Nacional, onde ativistas, vestido de gala desfilaram por um tapete vermelho e um ator, caracterizado de Arthur Lira, exibindo um crachá de “funcionário do mês do (des)governo Bolsonaro”, recebia a “homenagem”.
O protesto vem no ensejo da aprovação do projeto de Licenciamento Ambiental (PL 510/21), apelidado por ativistas de PL da Grilagem. O texto flexibiliza a regularização de ocupações em terras públicas, especialmente em áreas sob risco de desmatamento ilegal. Outros projetos que os manifestantes reclamam são o PL 6299/2002, que flexibiliza a aprovação de novos agrotóxicos, e o PL 490/2007, que altera as regras de demarcação de terras indígenas.
“O presidente da Câmara vem seguindo à risca seu compromisso com o projeto de destruição ambiental de Bolsonaro, prova disso é que, em seis meses de mandato, Lira conseguiu aprovar o pior texto do PL do Licenciamento Ambiental e, recentemente, o PL da Grilagem. São projetos como estes que impulsionam o desmatamento, o fogo e a violência contra povos indígenas e do campo, além de agravar a emergência climática. Por tudo isso, Lira tem se mostrado o grande merecedor do prêmio Motosserra de Ouro Edição 2021 e é hora de entregarmos esse troféu a ele”, disse a porta-voz de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil, Thais Bannwart.
O Congresso Nacional está fechado para circulação de pessoas e as votações tem ocorrido de maneira remota e sem participação da sociedade. “As chaves que o Lira de mentira carregava na encenação de hoje simbolizam a casa do povo fechada a sete chaves pelo próprio Arthur Lira”, acrescentou Thais.
Recentemente a ONU divulgou o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que alerta para emergências climática e revela que a influência humana é responsável por alta de 1,07°C na temperatura global. As organizações da sociedade civil, como Observatório do Clima, Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) também participaram do protesto.