Vitor Buaiz, José Ignácio Ferreira e Max Mauro assinam o documento, que já conta com milhares de adesões  

Três ex-governadores – Vitor Buaiz, José Ignácio Ferreira e Max Mauro -, prefeitos e ex-prefeitos, parlamentares, jornalistas, artistas, intelectuais, partidos políticos e movimentos sociais e sindicais assinam a Carta Aberta à População, do Movimento Geração 68, em defesa da democracia e contra a ameaça de golpe, que será entregue na próxima segunda-feira (30), simbolicamente, em várias cidades brasileiras a entidades representativas da sociedade civil, para marcar posição em oposição ao governo Jair Bolsonaro.
Em Vitória, a carta será lida neste sábado (28), no ato comemorativo ao Dia da Anistia, nas praças Vermelha, onde fica o memorial dos seis capixabas desaparecidos durante a ditadura militar, e Costa Pereira e no Triplex da Resistência, no Centro. Movimentos sociais, partidos políticos, centrais sindicais, entidades representativas e de trabalhadores já confirmaram a presença no ato, aberto à população. Haverá testemunhos de ex-presos políticos, exibição de filmes relacionados à ditadura, apresentações artísticas e manifestações de protesto contra o presidente.

Durante o regime militar, foram dados como desaparecidos os capixabas Orlando Bonfim Júnior e Maurílio Patrício (Manoel), de Santa Teresa (região serrana); Arildo Valadão (Ari), de Muniz Freire (sul do Estado); Marcos José de Lima (Zezinho) e João Gualberto Calatrone (Zebão), de Nova Venécia (noroeste), e Lincoln Bicalho Roque, de São José do Calçado (sul), cujos corpos nunca foram encontrados.

No âmbito nacional, a entrega da Carta Aberta, já com milhares de assinaturas, será feita individualmente, a cada entidade, por comissões representando o movimento. Às 11 horas, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio de Janeiro, ao presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz. Ainda no Rio, às 13 horas, ao presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Gerônimo, e às 15 horas, na sede da Confederação Nacional dos Bispos (CNBB), em Brasília, ao bispo Dom Joel Portella Amado, secretário-geral da entidade.

A manifestação ocorre, segundo a organização, “no momento em que a democracia brasileira está ameaçada pelo presidente da República, por sua desastrada condução do enfrentamento à pandemia, pelo aprofundamento do desemprego, da miséria e da estagnação da economia brasileira e, particularmente, pelas suas constantes falas prometendo golpe de Estado e ofendendo diretamente instituições e seus representantes, iniciativas desestabilizadoras da democracia”.

“Se em 68 fomos às ruas para gritar ‘Abaixo a Ditadura!’, em 2021, em face do genocídio em curso, do aumento da miséria e da fome, das constantes ameaças de ditadura, vamos para as ruas gritar: por um auxílio emergencial de R$ 600, pela democracia, sempre; ditadura nunca mais; basta de genocídio; Fora Bolsonaro”. Com essas palavras de ordem, o Movimento Geração 68, atuante em 16 dos 27 estados brasileiros, participou de todas as manifestações organizadas desde 19 de maio pelo “Fora Bolsonaro”.