Desconsiderando a polarização odienta que se desenvolveu no país, e é claro que não seria diferente por aqui, é impossível criar um cenário eleitoral onde Renato Casagrande não tenha grandes vantagens.

O barulho da direita extremista se consolida em palavras e bravatas que na maioria das vezes vêm acompanhadas de um conteúdo extremamente raso, frases que parecem fazer parte de uma cartilha decorada.

Há pouco dias, em uma roda de conversas sobre a política capixaba, um conhecido bradou: “Casagrande até está fazendo um bom governo, mas se for candidato não vencerá, por que é socialista!”. Um outro participante do bate-papo não demorou para fazer a réplica: “…você pode definir socialismo pra gente?”. E ali a conversa achou outro destino.

O diálogo qualificado, com observações coerentes está em absoluta extinção, por conta exatamente da polarização citada ali no início do texto, mas isto representa a realidade do povo real?

O cidadão de verdade, que acorda e vai trabalhar, que é usuário da saúde pública, que vê o seu Estado aparecer entre os de destaque na gestão contra a pandemia, liderando ranking de transparência, se baseia mesmo em teorias sem profundidade para definir o seu voto?

A pandemia prejudicou o comércio em geral, a indústria, o setor de eventos, mas o governo não se fragilizou diante deste desafio. Tomou e vem tomando as medidas necessárias, com decisões acertadas, pensando sempre na saúde e bem-estar do povo capixaba. O cartão ES Solidário por exemplo vem auxiliando mais de 87 mil famílias, ultrapassando o investimento de R$ 100 milhões. O benefício atende as famílias em situação de extrema pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 250. Nos primeiros três meses de pagamento do cartão ES, o governo fez uma parceria com o Tribunal de Contas. Com isso, o órgão público devolveu R$ 20 milhões, ajudando assim, a bancar o auxílio emergencial.

Todas as adversidades não paralisaram os investimentos em outras áreas. Obras continuaram a acontecer pelo Espírito Santo, projetos culturais que apoiam um dos setores que mais sofreu, e o destaque para a educação, que conseguiu se adequar ao mundo digital com rapidez e qualidade.

Na saúde, as ações de investimento descentralizado deixarão de legado da pandemia uma estrutura ampliada e mais qualificada.

Em momento nenhum observamos o governador Renato Casagrande perdido, sem saber qual o caminho seguir. Pelo contrário, vimos suas decisões amparadas em estudos técnicos, e sempre muito bem explicadas.

O Espírito Santo, talvez pelo número de eleitores, normalmente passa despercebido na política nacional. Casagrande tem conseguido mudar este cenário. Não é difícil ler ou escutar elogios de cidadãos dos estados vizinhos direcionados a nós. E digo “nós” por que nunca se viu tantos cidadãos orgulhosos em serem daqui. As camisas com bandeiras e frases bairristas estão espalhadas por todo canto.

É óbvio que não estamos em um filme onde o nosso ES é o paraíso. Como todo lugar e toda gestão, existem pontos a serem corrigidos. A crise que abala o país também castiga o nosso povo, que aliás luta no dia a dia sem nem pensar em eleição.

Achar um culpado local virou tarefa de alguns. Casagrande, que procura ainda não falar em processo eleitoral está dando um show de gestão, uma das mais desafiadoras de todos os tempos.

Os possíveis candidatos apresentados até o momento não conhecem os cantos do Espírito Santo, e também não são conhecidos nos mesmos lugares. Nomes que se apresentam com facilidade apenas na grande Vitória. Temos 78 municípios (na última eleição o atual governador venceu em 77) com milhares de distritos e comunidades. Renato Casagrande tem representação política, e o principal, realizações em cada um deles.

Sem entrar na polarização que arrasa o ambiente nacional, acho difícil um candidato para desbancá-lo em 22.

Roberto Velasco
Publicitário
Consultor de Marketing
CEO do Grupo MV Comunicação