O Ministério da Saúde concluiu a investigação sobre a morte de uma adolescente de 16 anos sete dias depois de se vacinar contra a covid-19 com imunizante da Pfizer. A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo.
De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, o relatório mostra que a jovem teve púrpura trombocitopênica trombótica, um distúrbio autoimune de consequências graves, que leva à formação de coágulos pelo corpo. Estes coágulos acabam bloqueando o fluxo de sangue para órgãos vitais do corpo.
A adolescente, que morava em São Bernardo do Campo (SP), morreu no dia 2 de setembro.
O relatório, que por enquanto não será divulgado, não permite ligar a morte à vacina. “Não dá para estabelecer uma vinculação”, afirma o ministro. “Mas também não dá para descartar”.
Queiroga ressalta que “mesmo que o caso estivesse vinculado ao imunizante, isso não invalidaria a vacinação (de adolescentes)”. “Os benefícios dela são infinitamente maiores do que os riscos”, avalia.
Apesar disso, o Ministério da Saúde recomendou suspensão da vacinação de adolescentes no país. O Brasil vacinou até agora 3,5 milhões de adolescentes de 12 a 17 anos.
Queiroga diz que mesmo com a conclusão do caso, a recomendação de suspensão não será revista agora, por uma questão de “priorização e logística”. Ele entende que os adolescentes que não têm comorbidades não deveriam ser vacinados antes de se completar a seguda dose na população adulta e a dose de reforço em idosos e outras populações vulneráveis.
“Esse grupo deveria ser vacinado lá para a frente. Os gestores não podem desobedecer o planejamento do Plano Nacional de Imunização (PNI), pois com isso estão retirando o direito dos que vêm antes deles”, alerta.
Na Bahia, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) recomendou que se continue com a vacinação de adolescentes. Após a decisão, Salvador, que chegou a suspender a imunização para esse grupo, retomou a vacinação.