Senador acionou a Polícia Legislativa para apurar postagem ofensiva do empresário Otávio Fakhoury

O senador Fabiano Contarato (Rede) acionou a Polícia Legislativa para que apure a prática de crime de homofobia pelo empresário Otávio Fakhoury, que depôs nesta quinta-feira (30) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. A CPI também encaminhou a denúncia ao Ministério Público Federal (MF).
O empresário, que é investigado por envolvimento em um esquema de divulgação de fake news contra as vacinas e suspeito de patrocinar atos antidemocráticos, postou um tweet lido por Contarato, no qual afirma que “o delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Qual seria o perfumado que o cativou?”.
O empresário fez o comentário a partir de uma postagem de Contarato com um erro de grafia. O senador escreveu “fragrancial” em vez de “flagrancial”. Confrontado, Otávio Fakhoury pediu desculpas “a todos que se sentiram ofendidos” e disse que foi um comentário “infeliz” e que “não teve a intenção de ofender”.

O senador Fabiano Contarato, ao rebater o empresário, expôs os comentários homofóbicos postados em rede social e declarou: “Orientação sexual não define caráter. Cor da pele não define caráter. Poder aquisitivo não define caráter”.

Contarato falou na cadeira da presidência da CPI, cedida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), e apontou que a população LGBTQIA+ é vítima de constantes ataques preconceituosos e criminosos dos que se dizem “defensores da família”.

“A mesma certidão de casamento que o senhor tem, eu também tenho. E aí fala em Deus acima de todos? Deus está no meio de nós. O senhor não sabe a dor que eu sinto”, acrescentou o senador.
Ele enfatizou que um dos princípios da República é abolir toda forma de discriminação e lamentou ter que expor sua família. “Eu sonho com um dia em que não vou ser julgado pela minha orientação sexual, que meus filhos não serão julgados por serem negros, que minha irmã não será julgada por ser mulher”, disse.
Contarato recebeu o apoio de colegas, inclusive do senador Marcos Do Val (Podemos), com quem sempre diverge. Do Val disse a Fakhoury: “Eu tenho vergonha de ter pessoas como você como brasileiro”.