Oncologistas detalham cada fase da doença e relembram a importância dos exames preventivos para a cura
O mês de outubro ganha a cor rosa para alertar a sociedade sobre um tema importante e necessário: o câncer de mama. Para deixar nossas leitoras cada vez mais informadas e prevenidas contra a doença, Alto Astral está fazendo uma série de matérias sobre o assunto.
Conversamos com duas especialistas e tiramos todas as dúvidas sobre as fases de sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção da patologia. Leia, compartilhe com as amigas e engaje-se nesta causa tão essencial para a saúde e a vida das mulheres.
A doença pode ser silenciosa
Segundo a mastologista Fabiana Makdissi, chefe do Centro de Referência da Mama do A.C. Camargo Cancer Center, nem sempre o câncer de mama em estágio inicial apresenta sintomas. Nesses casos, manter os exames em dia é a única forma de constatar se há ou não um tumor, mesmo sem indícios. “Um nódulo pequeno no meio da mama, principalmente em pacientes obesas, ou um câncer no começo são situações que nem mesmo um profissional da saúde habilidoso conseguirá diagnosticar”, exemplifica.
Todavia, há alguns sinais que devem deixar a mulher em alerta e motivar a ida ao médico. “Um carocinho no seio ou embaixo do braço, alguma mudança na anatomia da mama, retração da pele ou do mamilo e secreções claras de sangue são sintomas que requerem atenção e a realização de exames que comprovem ou descartem a possibilidade de ser câncer”, pontua a especialista.
Diagnosticando o câncer de mama
Os exames são o padrão-ouro de diagnóstico para a doença, visto que apenas eles conseguem confirmá-la com total certeza, independentemente do estágio. “A detecção é feita por mamografia — exame de eleição para rastreamento —, que pode ser complementado com ultrassonografia mamária e/ou ressonância nuclear magnética da mama. Esses procedimentos ajudam a identificar a lesão, seu tamanho, grau de extensão e acometimento de estruturas próximas”, explica a oncologista Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).
No entanto, a médica ressalta que o diagnóstico definitivo só pode ser feito pela biópsia. “É retirado um fragmento da mama que vai para a análise de um médico patologista, o qual será responsável pelo laudo final deste exame, chamado anatomopatológico. Outro método, o exame imunoistoquímico, analisa o tumor e fornece informações necessárias para o prognóstico e tratamento da doença”, complementa.
Como tratar
Andréa destaca que o tratamento dependerá de muitos fatores que vão desde a extensão do tumor, acometimento de outros órgãos pelo câncer — a metástase — e características moleculares até particularidades da paciente, como idade, desejo de ter ou não filhos, comorbidades e menopausa. “Entre as alternativas para tratar o câncer de mama estão cirurgias, quimioterapia, hormonioterapia, radioterapia e terapias-alvos, utilizados ou não de maneira combinada”, conta a oncologista do IUCR.
Prevenção pode ser aliada no combate à doença
Fabiana diz que costuma atribuir o risco do câncer de mama a dois motivos principais: ser mulher e estar envelhecendo todos os dias. Mas o que pode ser feito para prevenir a patologia? “Reduzir a obesidade e aumentar a atividade física são as principais formas de prevenção, ou seja, controlar o peso e se exercitar. Além disso, o uso adequado de reposição hormonal em que não haja nenhuma alteração na mama e reconhecer os episódios de cânceres na família também são importantes”, destaca a mastologista do A.C. Camargo Cancer Center.
Fontes: Fabiana Makdissi, mastologista e chefe do Centro de Referência da Mama do Hospital A.C. Camargo Cancer Center; e Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, oncologista do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).