Presidente do PDT diz que ex-senadora seria ‘bem-vinda’ como vice, mas não deve abrir mão de marqueteiro; na Rede, obstáculos não são vistos como intransponíveis
Embora a possibilidade de uma chapa que una os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) tenha movimentado as redes sociais nos últimos dias, a negociação enfrenta uma série de entraves. Interlocutores de Marina dizem que os obstáculos não são instransponíveis, mas deixam claro que esperam um gesto de Ciro.
Embora pedestistas façam elogios públicos à ex-ministra, até hoje não foi feito nenhum convite formal para que ela possa avaliar a possibilidade de ser vice. Outro ponto é que a Rede avalia a possibilidade de se unir ao PSOL numa federação, e o partido de Guilherme Boulos deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A maior dificuldade, porém, é o fato de o marqueteiro João Santana integrar a equipe do pedestista.
Na eleição presidencial de 2014, Marina, que concorria pelo PSB e chegou a ter chances de ir para o segundo turno, foi alvo de propagandas produzidas por Santana, responsável pela comunicação da campanha à reeleição da então presidente Dilma Rousseff. Um dos vídeos do horário eleitoral petista falava sobre a proposta de Marina de promover a independência formal do Banco Central. No vídeo, a consequência era a retirada de comida da mesa de trabalhadores. No final, Marina acabou em terceiro lugar.
Presidente do PDT, Carlos Lupi, afaga Marina, minimiza o episódio com Santana e avalia que é possível “aparar as arestas”. No entanto, sugere que Ciro não abriria mão do marqueteiro:
— Ele (Santana) não é o candidato. Candidato é o Ciro. Em política não existe isso (abrir mão do João Santana). Tem que aparar as arestas, afinar a viola — afirma Lupi, que ainda acrescenta:
— A Marina é uma mulher guerreira, que tem uma imagem muito positiva. Para o Ciro, é muito bom. Ele (Ciro) gosta dela, tem excelente relação. É um nome muito bem-vindo. Tem que ver se ela topa. É uma construção — conclui.