Confira abaixo as análises das comentaristas da GloboNews Ana Flor, Andréia Sadi, Julia Duailibi e Natuza Nery sobre os discursos feitos neste sábado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) durante o ato que oficializou a chapa de ambos à Presidência nas eleições de outubro.

Andréia Sadi

Sadi avaliou que a campanha do PT, que passava por uma crise de comunicação, conseguiu se reorganizar. “Foi um evento cheio de recados, era exatamente isso o que a campanha do Lula queria, depois do que a gente chama de ‘freio de arrumação’ da organização da campanha. O PT, como a gente vem contando nas últimas semanas, estava passando por algumas crises: uma crise na comunicação, tem crise até na área júridica. E principalmente uma crise na fala, nos discursos do ex-presidente Lula, quando ele fala de improviso, como é tradicional e está acostumado a fazer, mas nas últimas semanas ele cometeu alguns deslizes que passaram a preocupar a coordenação da campanha.”

“Destaquei alguns pontos para mostrar que eles conseguiram alcançar o objetivo, que era passar recados, dar o tom que vai ter a campanha do Lula. Teve uma mudança da estética, do visual: a gente está acostumado a ver o vermelho bem forte, muito bordão do PT, mas esta foi uma mudança proposta pelo novo marqueteiro, Sidôneo Palmeira, e todo mundo topou. Esse slogan, ‘Vamos juntos pelo Brasil’, passando essa imagem de que é de fato uma frente ampla de todos contra o bolsonarismo, esta é a mensagem que o PT quer passar.”

E completou: “A tônica da campanha será toda em cima disso: ‘Este é o Brasil do Lula, este é o Brasil do Bolsonaro. O que vc quer?’. Ou seja, também está dizendo para o eleitor, para a sociedade, que, assim como a campanha do Bolsonaro, eles já se enxergam no segundo turno, disputando um contra o outro. Eles estão ignorando qualquer terceira via, qualquer outra opção. Por isso que falo que o tom vai ser de plebiscito. Hoje o PT conseguiu pautar, não ser pautado por uma pauta de costumes ou segurança pública, como o bolsonarismo gosta”.