Uma nova conversa está programada para debater o quase impossível apoio do Psol ao palanque de Audifax

Reunião da Comissão Nacional do Psol com a Rede, nessa quarta-feira (18), não conseguiu quebrar a rejeição à pré-candidatura ao governo do ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos, manifestada por lideranças locais, apoiadas pela base. Os dois partidos formalizaram uma federação, em abril passado, mas dificilmente caminharão juntos na campanha eleitoral no Espírito Santo e em Minas Gerais.
Participaram do encontro a secretária de organização do Psol, Paula Coradi, e o secretário-geral do partido, Israel Dutra, resultando em um documento, no qual são destacados pontos como a construção de um “Pacto de Convivência” para evitar desgastes na relação, sobretudo na imprensa, manutenção do diálogo e apresentação do “nome do companheiro Gilbertinho Campos ao Senado”.
Na próxima semana, uma nova rodada de conversa está programada, internamente, desta vez com maior número de lideranças do Psol, a fim de colocar os ajustes necessários, sem, no entanto, abdicar da candidatura ao Senado, agravado pela trajetória política de direita de Audifax, oposta à ideologia do Psol, legenda atuante no campo da esquerda. Fontes do Psol consideram ser impossível esse apoio. 
Nos meios políticos, o distanciamento entre os dois partidos tende a crescer, principalmente por conta de articulações de Audifax com outros partidos, entre eles o MDB, Podemos e PP, a fim de fortalecer sua candidatura, sem interferir na escolha de nome para o Senado, a cargo do Psol, cujo nome indicado é de baixa densidade eleitoral.
O documento ressalta também esforços para “organizar as chapas proporcionais, respeitando o espaço e construção dos dois partidos, tendo Camila Valadão como prioridade”. A vereadora participou do encontro, mas não quis comentar o assunto. Na semana passada, ela abordou o tema em discurso no lançamento da pré-candidatura do Capitão Sousa, do PSTU, ao governo do Estado.

“Psol está num momento bastante complexo – vou usar essa expressão, para dizer o mínimo -, a partir de uma federação partidária, que não me impede, obviamente, de estar aqui, registrando a minha alegria com a sua candidatura, e também a sua (referindo-se ao candidato ao Senado, Filipe Skiter), para aproveitar as contradições e fazer o debate político necessário para a transformação radical dessa sociedade”, disse Camila no evento.

Fontes do Psol afirmaram nesta quinta-feira (19) que a vereadora  tem participado da conversações e, apesar do seu posicionamento, não irá se rebelar contra o partido nem a federação. Destacaram que no fechamento da federação, houve o consenso sobre a não obrigação, no Espírito Santo e em Minas, de o Psol não apoiar os candidatos da Rede. “Mas estamos conversando, respeitosamente”, destacam.  

ROBERTO JUNQUILHO