Além do aumento de pessoas em insegurança alimentar, dependendo de doações, o programa mostra que esse cenário desolador de crise também fez crescer o número de crimes famélicos: na Bahia, eles já representam 20,25% do total.

Na fila de restaurantes populares de São Paulo, a maior cidade do país, os repórteres Chico Bahia, Milena Rocha, Eduardo de Paula, Gabi Vilaça e Luiz Silva e Silva deram rosto a esses dados alarmantes. Um deles é o de Daiane, de 35 anos. Mãe solo de duas crianças, ela está grávida novamente e, aos oito meses de gestação, busca o local, onde é possível comer a R$ 1, para manter uma gravidez saudável.

Outro dado preocupante apontado pelo programa é que o número de pessoas pretas e pardas que convivem com a insegurança alimentar é quase o dobro da população branca. O repórter Thiago Jock acompanhou duas mulheres pretas, Florinda Lima e Claudionice Raimunda, nas ruas. Em busca de alimento para os filhos, uma conseguiu ossos e retalhos de gordura de carne doados em um açougue, já a outra buscou restos de verduras, legumes e frutas vendidos em feiras livres.

Em Salvador, os repórteres Guilherme Belarmino e Eduardo de Paula mostraram como a fome tem levado muitas pessoas ao crime. Dados da Defensoria Pública da Bahia revelam que em 2021 houve um aumento para 20,25% no percentual de furtos famélicos, os que, segundo o Código Penal, “consistem em subtrair itens para sanar estado notório de fome e necessidade com a finalidade de cessar a situação”. Assista ao programa completo acima.