Com o meu amadurecimento precoce, vieram meus problemas. Tudo começou com a ansiedade, que me atordoa desde meus 17 anos. Logo após surgiram os “brindes”: cobranças exacerbadas, baixa autoestima e conflitos internos. “Dando um google”, descobri que isso tem um nome bonitinho: chama-se “Síndrome do Impostor”, que é basicamente tudo o que foi narrado acima, porém com suas particularidades. Quem tem essa síndrome, não consegue valorizar o seu próprio esforço, acha que a qualquer momento pode ser “descoberto”, como se todas as suas conquistas fossem um plágio, não havendo um pingo de autenticidade em suas obras.


Para mim, escritor deste texto, é cada vez mais desafiador credibilizar os elogios recebidos no trabalho/ na vida pessoal. Como se sempre houvesse uma voz interna me dizendo que a cada dia que passa eu estou me tornando uma pessoa mais desagradável aos olhos da sociedade, mesmo que os resultados colhidos neste curto período de vida possam me provar o contrário. E por falar em sociedade, há duas coisas que aprendi sozinho (tomando na cara, literalmente):


a) Grande parte das pessoas não estão nem aí para os “vacilos” que cometemos. Talvez, em uma cidade pequena (como a minha), isso possa até repercutir por alguns instantes, mas logo passa – equivalente a uma ressaca moral. Em grandes centros urbanos, aí que a tal ressaca moral passa mais despercebida mesmo, até porque, você vai ser apenas mais um.


b) Você precisa provar o que, pra quem? Caro leitor, não me entenda mal, é claro que é importante você se destacar no seu trabalho, cumprir suas metas profissionais e pessoais, mas há uma grande diferença entre ser um bom profissional / um bom cidadão dentro de seus limites, do que dentro da bolha imposta pela sociedade. Precisamos nos permitir a falhar, e aprender com nossas falhas. O que não
podemos admitir é o convívio com o comodismo. Hoje o dia foi ruim? Amanhã você terá uma nova oportunidade para “se retratar com você mesmo”.


Quando eu comecei a fazer terapia, ficava mal comigo mesmo por “ter que pagar alguém para me escutar” – inclusive, já escutei relatos muitos parecidos de colegas meus sobre isso. Infelizmente, apesar de toda competência minha terapeuta na época, meu caso era um pouco mais complexo, não bastando apenas as sessões – tive que iniciar tratamento com ansiolíticos. E no começo foi um verdadeiro inferno! Pra quem não sabe, existem milhares de medicamentos diferentes, com efeitos colaterais diferentes. Caro leitor, imagina um “menino” do interior pegando uma sacolinha de farmácia com um “tarja preta” dentro; foi uma das piores sensações que já senti na minha vida, e detalhe: a medicação não me ajudou em nada. Novamente tive que ir atrás de vários psiquiatras, tomando várias medicações,
sofrendo vários efeitos colaterais, pagando horrores em consultas e remédios, até achar o “Santo” Cloridrato de Trazodona, que até então está literalmente fazendo milagres.


Por hoje é só. Obrigado pela sua companhia, e volto com novidades (caso haja kkk).

Um abraço do L.B.

Lourenço Brachini