Os eleitores mais moderados duvidam da capacidade de gestão do candidato do PL

A condução de Renato Casagrande (PSB) nos últimos quatro anos em que esteve no comando do Estado foi tão positiva que ele conseguiu algo improvável, contudo completamente compreensível. Receber votos de boa parte dos eleitores capixabas que são bolsonaristas. A campanha do seu adversário Carlos Manato (PL) tenta incansavelmente emplacar uma narrativa de que “eleitor de Bolsonaro tem que votar em Manato!”, mas parece não colar, e vou dizer por quê.

A parcela dos eleitores mais radicais, que votam em números e candidatos que se escondem atrás de outros projetos, já votou. Esta turma repetirá a sua decisão de “votar com o fígado”. Eleitores que confirmaram o voto em Casagrande no primeiro turno, por convicção, desejando a continuidade de um projeto que tem dado certo, jamais mudará seu voto.

A onda de eleitores que decidiram pela continuidade de Casagrande e também pela sequência de Bolsonaro no governo federal é grande, e isto comprova a falta de confiança em Manato, que mesmo tendo a declaração de apoio do presidente, não consegue acompanhar os números do seu guru aqui no ES.

Durante o segundo tempo do processo eleitoral capixaba a campanha do governador tem mostrado mais habilidade, abriu diálogos importantes com representantes da igreja evangélica, com o comércio, e ainda buscou novos apoios importantes como a Deputada Federal Lauriete, ex-esposa de Magno Malta, a vice-prefeita de Vitória Capitã Estéfane, a vice de Audifax, Tenente Andresa, além do reforço de diversas outras lideranças captadas estrategicamente nos municípios do interior.  

Uma coisa é certa, as eleições de 2022 estão reforçando a imagem de um país extremamente dividido, com candidatos que se elegem através de uma onda inconsequente, mas por aqui no Espírito Santo a maioria escolheu votar com consciência e a tendência é que siga assim no próximo dia 30. Apertado, mas vai. Caberá posteriormente uma avaliação e a constatação de que a forma de votar do eleitor, em geral mudou. É preciso dialogar com esta turma, se é que possível.

Roberto Velasco
CEO do Grupo MV
Publicitário / Gestor Público / Especialista em Marketing Político