O processo eleitoral de 22 mal acabou e já tem gente pensando em 2024
Em outubro de 2024 serão escolhidos os 27 prefeitos das capitais e do Distrito Federal e das outras mais de 5.500 cidades do país, além dos representantes da Câmara dos Vereadores de cada uma delas. Só os municípios com mais de 200 mil eleitores terão, caso necessário, segundo turno.
Por aqui já conseguimos observar alguns movimentos, e parece que carregaremos para o próximo pleito o mesmo debate polarizado entre esquerda e direita, principalmente nos municípios com maior número de eleitores.
Cachoeiro por exemplo consolidou um forte posicionamento bolsonarista, deu expressiva quantidade de votos aos candidatos que representavam este recorte, e provavelmente elegerá um prefeito da extrema direita. É muito improvável, mesmo que o presidente Lula faça um mandato excelente, que alguém de esquerda apareça com força para assumir o Palácio Bernardino Monteiro. A Capital Secreta foi um dos municípios que mais recebeu recursos do Governo Estadual, e não demonstrou gratidão nas urnas, confirmando um perfil de voto por afinidade de ideal, e não por realizações ou volume de políticas públicas.
Nos municípios do interior o assunto já dita o ritmo dos bares e padarias. As câmaras já negociam, especulam, reforçam e enfraquecem nomes.
Os atuais prefeitos do litoral que podem participar do processo para a reeleição levam vantagem pela questão orçamentária. Cidades como Mimoso do Sul, Muqui, Alegre, São José do Calçado e tantas outras, sofrem com pouco orçamento e isto obviamente respinga nos gestores. Mimoso por exemplo nunca reelegeu um(a) prefeito(a).
Peter Costa, que é o prefeito mais jovem do Estado, começou sua gestão com muito gás, promoveu uma verdadeira transformação na cidade, e vem trazendo novidades, mas não no mesmo ritmo, até porque isto seria impossível. Maquiavel certa vez disse: “Quando fizer o bem, faça-o aos poucos“. Peter quis fazer muito de uma só vez e agora precisa lutar para manter sua boa avaliação e a simpatia do eleitorado. Presente ele é, sempre nas ruas, escuta os elogios e críticas com o mesmo jeito expansivo. Outra dificuldade para o próximo pleito será a escolha do vice. Paulinho Barros, atual vice e secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, não abre mão de seguir, enquanto isto um grupo de vereadores já trabalha para apresentar outros nomes. Peter não esconde de ninguém que deseja ser deputado e o próximo vice teria chances de se tornar prefeito em 2026 caso ele se elegesse.
Em Muqui a situação é um pouco diferente, o prefeito Cacalo não tem sido muito bem avaliado e tudo leva a crer que nem será candidato em 2024. Outros grupos já se preparam para a batalha.
A verdade é que gerir municípios com orçamentos apertados exige um talento extra, exige gestões austeras, modernas e principalmente que tenham uma equipe extremamente capacitada para buscar recursos estaduais e federais. Um dos fatores que deu a reeleição ao governador Casagrande foi o seu perfil municipalista. Sua gestão atua como grande parceira destes municípios e tem salvado prefeitos que passam aperto dentro de casa.
Alguns podem dizer que é cedo, mas o jogo começou. A luta para fortalecer os partidos e conseguir viabilizar candidaturas para as câmaras municipais já existe, e quem não se mobilizar com estratégia neste sentido vai ficar de fora.
Em política não existe estabilidade, muito menos segredo. Tudo muda como o clima! Vamos aguardar os novos ventos.