Enquanto o jogo de xadrez segue intenso na confirmação do nome de Marcelo Santos para a presidência da mesa diretora, paralelamente existe outra disputa. Esta aparentemente bem mais amistosa.
O líder do governo dispõe de alguns privilégios na Casa e no Palácio Anchieta.
Na ALES tem uma sala a mais e alguns assessores extras. No regimento diz que o líder pode encaminhar a votação em todas as matérias, tendo mais direito à fala nas sessões que os demais parlamentares. Mas a maior vantagem mesmo é com relação ao Executivo.
O prestígio do líder não está apenas em ser interlocutor do governo, ele também é visto nas entregas. Um bom líder consegue fazer muitas entregas, tanto no Legislativo quanto no Executivo.
O andamento de suas demandas é priorizado, assim como o pagamento das emendas parlamentares para seus redutos eleitorais. Além de, claro, contar com a indicação de cargos de confiança tanto no governo como em suas bases eleitorais (cargos que a gestão tem nos municípios), que não costumam ser poucos.
Óbvio, existe o ônus da interlocução. O líder por diversas vezes precisa abrir mão do voto de consciência para defender o voto do governo, por exemplo, na tramitação de um determinado projeto. Não foram raras as vezes que líderes votaram contra o próprio projeto a pedido do governo.
A disputa pela liderança está entre o atual líder do governo, Dary Pagung e Tyago Hoffman, ambos do PSB, mesma sigla de Casagrande. Dary conta com a experiência de diversos mandatos, bom trânsito na Casa, além de ter um perfil conciliador. Atua na função há mais de dois anos e tem cumprido bem o papel.
Tyago apesar de novato no Poder Legislativo, tem imensa experiência no setor público, excelente trânsito nos corredores palacianos, além da grande proximidade com o governador. Jovem e inteligente, Hoffmann, que foi secretário e participou em diversas pastas apresentando ótimos resultados, pode trazer um novo formato de interlocução, mais propositiva, amparada em decisões técnicas e quem sabe “surpreendendo” no trato com os pares.