A menos de 24 horas para a eleição da Mesa Diretora e na iminência de selar um acordo com Vandinho Leite (PSDB), o deputado Marcelo Santos (Podemos), favorito para chegar à presidência, falou com a coluna nos corredores da Assembleia Legislativa. Confira o nosso pingue-pongue:
O governador já disse que o senhor é o candidato dele à presidência da Assembleia. O senhor se considera o candidato do Palácio Anchieta?
Na verdade o governo fez uma avaliação e orientou à base o nosso nome para encabeçar a chapa. Então é uma orientação. Cada um vai receber a orientação, vai interpretá-la e vai fazer o que achar melhor. Dialoguei com os colegas desde o princípio. A eleição de Mesa é um processo longo, não se resolve no começo, vai até o último dia e o último minuto. Já participei de dez eleições de Mesa aqui. Então fui dialogando com todos, sobre minha experiência, sobre o que quero fazer na Assembleia, sobre minha relação com o governador, que não se iniciou quando ele era governador. Começou lá atrás, quando ele foi candidato ao Senado, depois quando foi candidato ao governo e à reeleição. É uma figura que admiro muito.
Mas insisto: até por esses fatores enumerados, o senhor é o candidato do governo Casagrande?
Quero dizer que, mesmo tendo outros parlamentares que postularam e ainda postulam a presidência, me considero um candidato que tem o respeito do Palácio Anchieta. E ele gostaria muito de me ver presidente. Mas é claro que essa é uma responsabilidade dos deputados.
O senhor confirma que está buscando um acordo de união de forças com Vandinho e o grupo dele? Vai buscar até o último momento construir uma chapa de consenso?
Minha determinação pessoal é essa. O que disse na reunião de hoje de manhã aos meus colegas é que a gente convive mais tempo com os outros deputados e com as nossas equipes de gabinete do que com a nossa família. Vamos estar muito mais próximos. Então por que temos que nos afastar? Tenho um grupo ao meu lado que já passa da casa dos 18. E tem um grupo liderado por Vandinho. Eu disse a eles que vou buscar um entendimento para que possamos caminhar juntos. Isso é bom para a Assembleia internamente, é bom para o governo, mas é bom principalmente para o Espírito Santo. Independentemente da coloração e da ideologia partidária de cada um, de viés de direita ou de esquerda, da independência de algum parlamentar, se é da base ou até da oposição, a nossa independência precisa ser bem estabelecida, e é isso que estou buscando.
Como viabilizar essa união? Quais as concessões que o senhor está disposto a fazer e, em termos práticos, onde abrigar representantes do grupo de Vandinho na chapa?
O Regimento Interno prevê que todos os deputados têm o direito de participar de comissões. Então eles têm o direito de participar de comissões. Vão participar ativamente. Têm direito a voz e voto. Não sou eu que estou ditando. Eles já têm tudo isso. O que precisamos é estarmos unidos para ter um comando de Assembleia que garanta o direito deles de voz, de voto, de se manifestar. Vou prezar por essa harmonia, independentemente da posição do parlamentar, de oposição ou de independência.
Mas pelo menos um deles terá espaço na Mesa, na chapa liderada pelo senhor?
Essa é a magia da política. Você vai convergindo e nada nos impede de também termos conosco alguém do grupo do deputado Vandinho. É bom deixar claro que isso não aconteceu. Tenho dado todos os sinais de que podemos ter isso e não há nenhum veto. Inclusive, na reunião de hoje de manhã com os colegas que estão comigo, todos os deputados colocaram isto de forma muito clara: não há veto à chegada de nenhum parlamentar, com a possibilidade de chegarem e fazerem parte da nossa chapa. Temos o dia de hoje e até o último momento de amanhã…
O senhor acredita na chapa única, então?
Sou da tese do positivismo, então eu acredito. E vou trabalhar para que ela se concretize.