Em depoimento, ela alegou que fazia o desvio para pagar dívidas com agiota
Uma ex-servidora efetiva da prefeitura de Nova Venécia, no norte do estado, foi condenada pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) a devolver R$ 612 mil em valores corrigidos que foram desviados dos cofres públicos.
A fraude aconteceu de 2013, quando ela entrou na Prefeitura, até 2020, ano em que foi exonerada do cargo.
De acordo com a secretária de Controle Externo de Fiscalizações do TCE-ES, Flavia Holz, em depoimento, a mulher confessou os desvios e alegou que fazia as transferências para pagar dívidas com agiotas.
De acordo com o relatório técnico, foi apurado e comprovado que a ex-servidora desviou recursos da conta do Fundo Municipal de Assistência Social para a conta do seu marido, realizando fraude em informações documentais na folha de pagamento do aluguel social da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Flávia explicou ainda que o desfalque foi realizado porque a ex-servidora era responsável pelo setor contábil da Secretaria de Assistência Social e tinha como função empenhar, liquidar e pagar as despesas do órgão.
“Ela evitava até tirar férias, e quando tirava era de cinco a sete dias para evitar de ser substituída”, explicou Flávia.
De 2013 a 2020 ela desviou valores que variaram de R$ 970 a R$ 108 mil. Ao todo, o desvio somou R$ 453 mil. Com os valores corrigidos, o montante a ser devolvido ultrapassou os R$ 612 mil.
A fraude foi identificada pela própria prefeitura, que abriu um Processo Administrativo Disciplinar para apurar a conduta da então servidora.
Diante das provas colhidas, o relatório da investigação foi encaminhado à Corte de Contas para o julgamento do Processo de Tomada de Contas Especial, que terminou pela condenação.
A prefeitura de Nova Venécia foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre a condenação.