O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), tem evitado falar sobre as eleições do ano que vem. Sempre quando questionado se irá ou não disputar a reeleição, Pazolini desconversa, diz que está focado no mandato e que não tem tratado sobre o assunto.
Nos bastidores, a relação dele com a cúpula do Republicanos não seria das melhores. Lideranças do partido, em conversas reservadas com a coluna, disseram que esperavam uma contribuição maior do prefeito durante a campanha do ano passado e que também tinham expectativa de fazer parte da gestão – o Republicanos não tem nenhuma indicação no primeiro escalão da prefeitura, conforme já noticiou a coluna.
O ruído de Pazolini com o partido seria tão estridente que uma das deliberações de uma reunião feita entre o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, e parlamentares do partido foi a de estreitar o diálogo com o prefeito, que teria se isolado dentro e fora da legenda.
Porém, na semana passada, o prefeito almoçou com dois deputados federais do PP – Evair de Melo e Da Vitória. O encontro teria sido pedido pelo prefeito e gerou burburinhos, nos bastidores políticos, de que Pazolini estaria sondando uma possível mudança de legenda.
O almoço não foi publicizado. Num primeiro momento, Evair chegou até a negar o encontro. E o presidente estadual do PP, Marcus Vicente, disse que não foi comunicado. “A Executiva Municipal e eu não temos conhecimento dessa tratativa”, disse Vicente ao ser questionado sobre a possibilidade de Pazolini se filiar ao Progressista.
Já Da Vitória admitiu o encontro, mas não quis falar com a coluna a respeito. Por meio de sua assessoria apenas informou que não foi tratado sobre questões partidárias. Pazolini também admitiu que almoçou com os dois deputados e que falaram sobre emendas parlamentares e pautas de Vitória.
“O almoço foi sobre emendas parlamentares para o município de Vitória e o contexto do estado do Espírito Santo para o Brasil, em como colaborar com pautas”, disse Pazolini à coluna, durante evento de comemoração dos 91 anos da OAB-ES.
Mesmo tendo negado o almoço, ao ser perguntado sobre a possibilidade de Pazolini se filiar ao PP, Evair disse que “seria uma alegria” ter o prefeito no partido. “Se dependesse de mim, viria fácil. Seria uma alegria tê-lo. Mas esse assunto não passa por mim”, disse Evair.
O PP faz parte da base aliada do governador, é uma das legendas que formam a “cozinha” do Palácio Anchieta. Uma eventual entrada de Pazolini na sigla, com certeza, passaria antes pelo crivo do governador, dada à relação de amizade e confiança entre Casagrande e Marcus Vicente.
Há sinais de uma aproximação entre Pazolini e Casagrande, mas trata-se de um movimento ainda incipiente. Hoje, ninguém irá encontrar Casão e Pazola sentados lado a lado no Kleber Andrade, torcendo juntos para o Vitória Futebol Clube, por exemplo – por falar nisso, o Vitória avançou para as semifinais do Campeonato Capixaba, após o jogo de ontem (26).
Mas, após tantos embates, confusões e acusações, o prefeito já frequenta o Palácio Anchieta e também participa de eventos do governo. E para não ser injusta, a coluna relembra que eles já apareceram sim, lado a lado, testando a embarcação do novo aquaviário. Meio espremidos, mas estavam lá, sorrindo para a foto.
Ou seja, há uma tentativa de aproximação entre os dois que se encontra em andamento. Mas, nesse momento, dizer que o prefeito irá se filiar num partido da base aliada de Casagrande, já são outros quinhentos.
Algumas lideranças do Republicanos viram o encontro com desconfiança e como um sinal de que o prefeito estaria com as malas prontas. Mas, Pazolini disse que está muito bem no partido e que não tem pretensão nenhuma de sair. “Estou muito bem no Republicanos. Feliz e satisfeito”.