A Petrobras anunciou hoje que vai deixar de seguir a política de preços em paridade de importação (PPI) para os combustíveis vendidos no mercado interno. A medida visa reduzir os custos para os consumidores e aumentar a competitividade da empresa frente aos importadores.

A paridade de importação é um conceito que leva em conta o preço do produto no mercado internacional, o custo de transporte, as taxas portuárias e o câmbio. Essa política foi adotada pela Petrobras em 2016, após a crise financeira provocada pelos preços subsidiados praticados nos governos anteriores.

No entanto, a paridade de importação gerou críticas de diversos setores da sociedade, que reclamaram dos constantes reajustes dos preços dos combustíveis, acompanhando as oscilações do mercado externo e do dólar. Além disso, a política foi apontada como um dos fatores que levaram à greve dos caminhoneiros em 2018 e à demissão do ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco em 2021.

A nova política de preços da Petrobras levará em conta a produção nacional de petróleo e derivados, a cotação internacional e o perfil dos clientes. Segundo o presidente da companhia, Jean Paul Prates, a mudança permitirá que os preços sejam “inexoravelmente mais baixos” do que os praticados atualmente.

Prates afirmou que a nova estratégia comercial será detalhada na próxima semana, mas adiantou que a empresa buscará preservar sua rentabilidade e sua participação de mercado. Ele disse ainda que a Petrobras continuará acompanhando as cotações internacionais, mas sem se desgarrar da realidade brasileira.

A expectativa é que a nova política de preços traga alívio para os consumidores e para o governo, que tem enfrentado pressões inflacionárias e sociais por conta dos altos custos dos combustíveis. No entanto, alguns analistas alertam que a medida pode afetar os resultados financeiros da estatal e sua capacidade de investimento no longo prazo.