A Frente Parlamentar em Defesa da Construção da Estrada de Ferro 118 (EF-118) e do Porto Central realizou sua reunião de instalação dos trabalhos nesta quarta-feira (14), no Plenário Rui Barbosa da Assembleia Legislativa (Ales). Para o evento, foram convidados prefeitos da região sul, autoridades estaduais e gestores da empresa Vale e do Conselho Administrativo do Porto Central.

Presidida pelo deputado Tyago Hoffmann (PSB), a frente foi criada para acompanhar o debate, a elaboração dos projetos, colaborar e fiscalizar as obras dos ramais ferroviários ligando Cariacica a Anchieta e Anchieta a Presidente Kennedy. A outra atribuição do colegiado é acompanhar e fiscalizar projetos e obras do Porto Central, localizado no município de Presidente Kennedy.

Hoffmann destacou a relevância desse novo polo econômico para os municípios da região. “Reafirmo a importância que esses dois projetos têm para o desenvolvimento do sul do Estado. É preciso levar projetos que sejam estruturantes e que atraiam outros projetos. Porque o porto com ferrovia não é só o porto, mas [agrega] uma série de empresas satélites e seus fornecedores”, ilustrou.

Confira as fotos do encontro

Compromisso

Danielle Pinto, engenheira orçamentária da Vale, disse que a empresa tem duas iniciativas voluntárias. A primeira é a ligação da Vitória-Minas (em Santa Leopoldina) até o Porto de Ubu, em Anchieta. São cerca de 92 quilômetros. A segunda é o desenvolvimento do projeto básico da extensão do trevo de Anchieta até o Porto Central, que será entregue ao governo do Estado até o final de 2024. Essa segunda parte tem 87 quilômetros de extensão.

Quando, em 2020, a Vale assinou a renovação antecipada da concessão da ferrovia Vitória-Minas e da Carajás por mais 30 anos (agora vai até 2057), a empresa assumiu o compromisso de construir o ramal ferroviário ligando Santa Leopoldina a Anchieta e também a apresentar um projeto de construção do outro trecho da ferrovia, ligando Anchieta até Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro.

Porto Central

José Maria Novaes, presidente do Conselho de Administração do Porto Central, afirmou que o complexo industrial que está sendo levado para a região é um grande desafio e que isso não pode acontecer sem o apoio da estrutura pública. Ele explicou em detalhes o projeto de construção do porto, que será o maior do Brasil. A área é de cerca de 21 mil metros quadrados, sendo 3,5 quilômetros de frente com 7 quilômetros para dentro do continente.

Com a chegada da ferrovia, uma antiga demanda do sul do Estado, é possível construir um terminal rodoferroviário para cargas. Conforme Novaes, essa logística ajudaria o transporte da produção de toda região, inclusive, de Minas Gerais.

Para o subsecretário de Gestão e Parceiras do governo do Estado, Ricardo Pessanha, a ferrovia e o porto vão dar um novo alento à economia do sul capixaba, que tem sido relegada. Também disse que o Executivo estadual está acompanhando a iniciativa da Vale, referente a construção do ramal da EF-118, ligando Cariacica a Anchieta.

Prefeituras

O desenvolvimento de uma rede hoteleira e turística, além do incentivo a investimentos no município, é o que o advento do porto e da ferrovia está provocando em Itapemirim. O prefeito Antônio da Rocha (PP) enfatizou que a cidade tem vasta área para receber a expansão de instalações de empresas.

Já o prefeito de Viana, Wanderson Bueno (Podemos), frisou que a chegada da ferrovia ao município com a expansão da mesma está levando a gestão dele a repensar os investimentos no parque comercial e logístico, visando a adequação à nova realidade econômica.

Ferrovia EF-118

Em seu projeto original, a Estrada de Ferro 118 (EF-118) deve ligar Cariacica (ES) a Nova Iguaçu (RJ), cobrindo um trecho de 580 quilômetros, sendo 170 deles em território capixaba. A EF-118 ligará os terminais portuários de Cariacica (Porto de Santana), Anchieta (Porto de Ubu), Presidente Kennedy (Porto Central) e São João da Barra (Porto do Açu-RJ), seguindo até Nova Iguaçu (RJ).