Em 2020 participamos de um processo eleitoral extremamente desafiador e peculiar. O Brasil vivia o ápice da pandemia de covid-19, e as campanhas, prejudicadas pela limitação de ações de rua, se viram obrigadas a fortalecerem e profissionalizarem as atuações no ambiente digital
Agora, no segundo semestre de 2023, conseguimos observar o início discreto das pré-campanhas, com confirmações de possíveis candidaturas e até estratégias de comunicação apresentadas.
Do dia 30 de outubro do ano passado até os dias atuais, acompanhamos uma mudança importante no ambiente político dos municípios. Semana a semana os discursos de polarização e bandeiras ideológicas diminuíram. Questões do cotidiano e antigas disputam locais voltam ao centro do debate.
A equipe do Redação Capixaba realizou um levantamento nas redes sociais de políticos do Estado com mandato e possíveis candidatos para o pleito eleitoral do próximo ano. É quase unânime o fim dos debates ideológicos. Aqueles que têm a possibilidade de reeleição buscam a manutenção do espaço apresentando realizações, tentam driblar o desgaste que o mandato traz e ajustam estratégias políticas reorganizando o tabuleiro de parcerias. Pré-candidatos sem mandatos se jogam com menos receio na corrida. Aceleram as caminhadas, e em sua maioria, liberam o arsenal de críticas contra as atuais gestões.
Absolutamente nenhum dos casos estudados trouxeram recentemente algum conteúdo que desse destaque à políticas ideológicas.
Analisando de forma esperançosa, acredito que teremos a possibilidade de votos mais qualificados e campanhas com conteúdos que de fato tragam informações relevantes para os eleitores duvidosos. Menos pessoas votarão em candidatos por serem de esquerda ou direita. É a oportunidade de ampliarmos os debates e oferecermos um processo eleitoral mais profundo e de qualidade.
Roberto Velasco
CEO do Grupo MV
Publicitário / Gestor Público / Especialista em Marketing Político e Comunicação Pública