Uma frente fria que se desloca pelo oceano promete amenizar as altas temperaturas que têm castigado o Brasil nos últimos dias. Embora não estejam previstas marcas recordes nos termômetros, a previsão indica que o alívio térmico será sentido a partir desta quarta-feira (15), perdurando até a próxima sexta-feira (17).

De acordo com informações do Climatempo, essa frente fria está se movendo pelo oceano e deve atrair umidade da Amazônia para a região central do país. Essa mudança, mesmo que temporária, resultará em uma leve queda nas temperaturas em comparação com os dias anteriores.

A quarta onda de calor deste ano atingirá seu ápice entre quinta e sexta-feira, mantendo 15 estados e o Distrito Federal sob alerta de “grande perigo” de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), devido às altas temperaturas.

José Marengo, climatologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), destaca que as ondas de calor são comuns nesta época com a aproximação do verão. No entanto, eventos mais intensos e frequentes são observados este ano devido a um El Niño atípico e aos efeitos do aquecimento global.

“Não é anormal ter onda de calor na primavera. Mas já são quatro ondas nos últimos meses, sem nem chegarmos ao fim da estação. O aquecimento global tem tornado as ondas mais intensas e frequentes,” alerta Marengo.

Apesar da aproximação da frente fria e do aumento da umidade, as temperaturas devem permanecer elevadas em grande parte do Brasil, especialmente nas capitais do Centro-Oeste e do Sudeste, que continuam sendo as mais afetadas pela onda de calor.

Em Cuiabá, a previsão é de uma máxima de 43°C para esta quarta-feira. Em Goiânia, os termômetros devem atingir 38°C. São Paulo, mesmo com a expectativa de chuva à tarde, pode registrar máxima de 37°C.

Além das altas temperaturas, o Inmet também emite alerta para os baixos índices de umidade em onze estados, classificando-os em situação de “perigo” ou “grande perigo”. Nessas condições, há riscos de incêndios florestais, além de prejuízos à saúde, como ressecamento de pele, olhos e nariz.

Na região Sul, as atenções se voltam para a possibilidade de tempestades. Áreas de instabilidade devem ganhar força nos próximos dias, provocando fortes pancadas de chuva, rajadas de vento acima de 90 km/h e queda de granizo. As regiões mais afetadas serão o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com previsão de chuvas intensas que podem ultrapassar os 100 milímetros por dia até a próxima quinta-feira (16). A população dessas regiões deve ficar atenta aos alertas e tomar as devidas precauções diante das condições climáticas adversas.