Em Bom Jesus do Norte, município de 10,2 mil habitantes do extremo sul do Espírito Santo, três pré-candidatos a prefeito se articulam visando as eleições municipais de outubro deste ano. O atual prefeito Toninho Galhano (PSB) tentará a reeleição, tendo como principal adversário o ex-prefeito Marquinhos Messias (PP). Como terceira via, Angélica Baptista (Agir) também busca se viabilizar na disputa.

Toninho Galhano foi eleito para o seu primeiro mandato em 2020 pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN, atualmente Mobiliza), quebrando a hegemonia das famílias Baptista e Souza na política local. Ele também foi vereador na década de 1990. Candidato a prefeito em 2016 pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), perdeu de Marquinhos Messias, de quem ganhou na eleição seguinte.

O atual prefeito é um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Bom Jesus do Norte e amigo do governador Renato Casagrande, a maior personalidade da sigla no Espírito Santo. Para eleição deste ano, a tendência é que tenha novamente como companheiro de chapa o atual vice-prefeito, Marcão Bernardes (PSDB), e conte com o apoio de siglas mais à esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT).

Já o pecuarista Marquinhos Messias, que é da tradicional família Souza, foi prefeito por um único mandato, de 2017 a 2020. Seu vice será Ubaldo Martins (Republicanos), seu tio, que também foi prefeito, por quatro mandatos. No último dia 13 de junho, os dois fizeram um encontro partidário no centro do município, com a presença da deputada estadual Raquel Lessa, vice-presidente estadual do Progressistas (PP).

Angélica Baptista, por sua vez, foi vice-prefeita ao lado de Marquinhos Messias e também secretária municipal de Educação na atual gestão, até dezembro do ano passado. Filha do primeiro prefeito eleito da cidade, João Baptista, Angélica entra na disputa representando a tradicional família Baptista.

Questionada sobre a relação com a gestão atual, Angélica tratou sua candidatura com um processo natural, mas fez críticas a Galhano. “Temos respeito pelo atual prefeito, trabalhamos muito para ajudar elegê-lo. Sobre nossa posição, houve diálogo, nunca traição, mesmo porque não faz parte de nosso perfil. No meu entendimento, faltou habilidade para a tomada de decisão, bem como falta decisão em grupo”, comenta.

Ainda de acordo com Angélica, as articulações com os demais partidos políticos e negociações para completar a chapa ainda estão em andamento.

Com informações LUCAS SCHUINA