O deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), atualmente em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), declarou estar à disposição do governador Renato Casagrande (PSB) para retornar ao secretariado estadual. Tyago, que preside a Comissão de Finanças e é relator do Orçamento do Estado para 2024, também atua como vice-líder do governo na Casa.
“Estou à disposição para voltar a ser secretário. Se o governador disser que precisa de mim e se a pasta tiver estrutura, tenho disponibilidade”, afirmou o parlamentar à coluna De Olho no Poder ao ser questionado sobre o interesse em reassumir uma função no Executivo.
Reforma administrativa à vista
Nos bastidores, rumores apontam que Casagrande deve promover uma reforma no secretariado no início de 2024, estratégia já adotada pelo governador em mandatos anteriores. Nesse cenário, o nome de Tyago Hoffmann ganha força para voltar ao Palácio Anchieta. Antes de se eleger deputado estadual com 32.123 votos em 2022, Tyago comandou a Secretaria de Inovação e Desenvolvimento (Sectides), deixando o cargo para disputar as eleições.
Com longa trajetória de proximidade com Casagrande, Tyago já ocupou posições estratégicas, como secretário de Governo (2012-2013) e chefe da Casa Civil (2013-2014). Ele também desempenhou papel relevante na última campanha estadual, retirando sua candidatura à Prefeitura de Vitória a pedido do governador, para focar na representação política do governo durante o período eleitoral.
Caso retorne ao secretariado, Tyago tem preferência por uma “pasta fim”, com capacidade de projeção pública e entregas diretas à população, alinhando essa atuação aos seus planos de candidatura a deputado federal em 2026.
Planos para 2026 e a disputa pela Câmara Federal
Tyago Hoffmann já descartou disputar a reeleição para a Assembleia em 2026, mirando uma cadeira na Câmara dos Deputados. Para isso, ele avalia que estar à frente de uma secretaria com visibilidade é essencial para consolidar sua imagem e atrair eleitores. “Se o governador fizer uma reforma no secretariado, o que é normal no segundo biênio da gestão, e se tiver alguma secretaria que contemple a minha ideia de ser deputado federal, com estrutura, eu estou à disposição”, explicou.
Por outro lado, se não houver um cargo alinhado a esses objetivos, Tyago deve permanecer na Assembleia, onde conta com recursos como emendas parlamentares e atua como interlocutor entre o governo estadual e lideranças municipais – ferramentas que também são valiosas para um futuro projeto eleitoral.
A posição de Bruno Lamas
A possível saída de Tyago para o secretariado pode abrir espaço na Assembleia para o ex-deputado Bruno Lamas (PSB), suplente direto e atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). No entanto, Bruno não demonstra entusiasmo com a possibilidade de assumir o mandato parlamentar, destacando que sua prioridade é permanecer à frente da Secti. “Até o momento, não houve nenhuma tratativa sobre o assunto. Só me posiciono quando ouvir algo do governador”, afirmou.
Vale lembrar que Bruno assumiu a Secti, criada após o desmembramento da Sectides, como forma de manter uma posição estratégica no governo após não conseguir a reeleição em 2022. A hipótese de os dois ocuparem cargos simultâneos no secretariado é considerada remota, devido à necessidade de equilibrar espaços entre os partidos da base aliada.
Cenário político e articulações
A possível reforma administrativa reforça o papel de Tyago Hoffmann como peça-chave no núcleo político de Casagrande. Sua experiência em secretarias estratégicas e atuação como articulador político tornam seu retorno ao secretariado uma aposta provável para fortalecer o governo em meio às articulações para 2026. Contudo, a decisão final dependerá de como o governador Casagrande alinhará interesses internos e externos no segundo biênio de sua gestão.