Após uma retotalização dos votos da eleição de 2022 para deputado estadual no Espírito Santo, necessária por conta da anulação dos votos recebidos pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) mudou a composição da Assembleia Legislativa.

O deputado estadual Allan Ferreira, que foi eleito em 2022 pelo Podemos com 15.185 votos, perde o mandato. Em seu lugar entra Fábio Duarte, ex-vereador da Serra, que disputou a eleição para deputado estadual pela Rede e teve 13.792 votos. Hoje, Fábio está no PP e se torna deputado por média do cálculo. Allan será o 1º suplente do partido.

O reprocessamento da totalização dos votos ocorreu na tarde desta segunda-feira (09), por iniciativa do vice-presidente do TRE-ES, desembargador Dair José Bregunce de Oliveira.

O novo cálculo sobre os quocientes eleitoral e partidário veio após a Procuradoria Regional Eleitoral entrar com uma ação de suposta fraude em cota de gênero cometida pelo PMB. A decisão da Justiça Eleitoral, anulando os votos recebidos pelo PMB na eleição de 2022 e determinando a retotalização dos votos, ocorreu na semana passada.

Fábio já foi vereador da Serra e foi candidato a prefeito, apoiado por Audifax Barcelos, em 2020. Perdeu, no segundo turno para o prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Em 2022, disputou a Assembleia, mas não obteve êxito. Nesse ano, sua esposa, Andréa Duarte (PP) foi eleita vereadora.

Já Allan é de Cachoeiro e embora tenha perdido o mandato agora, ele vai ficar de fora da Ales até fevereiro. Isso porque, o deputado Lucas Scaramussa (Podemos) foi eleito prefeito de Linhares e vai tomar posse em 1º de janeiro, deixando a cadeira na Ales para ser assumida pelo suplente.

Allan então, como 1º suplente, reassume como deputado estadual. Quem, na verdade, vai perder a cadeira de deputado é o vereador de Vila Velha Anadelso Pereira (Podemos), que assumiria no lugar de Scaramussa. Anadelso foi reeleito vereador de Vila Velha.

“É um absurdo”

Em conversa rapidamente com a coluna, Allan Ferreira disse que irá recorrer. “Vou definir com meu partido o recurso. Mas é um absurdo isso. Por causa de um erro de um terceiro, que nem é do nosso partido, prejudicar a gente dessa forma”, disse, indignado, o deputado. E acrescentou:

“E se essa decisão vem após o Anadelso renunciar? Porque ele foi reeleito vereador, mas teria de renunciar para assumir como deputado. E aí, como ficaria? É um absurdo”.

Embora Allan reassuma em fevereiro, o partido irá perder uma cadeira, ficando apenas com um deputado, já que o presidente Marcelo Santos – que foi eleito pelo Podemos – mudou de partido (foi para o União Brasil) e Anadelso não poderá assumir.