Os partidos União Brasil e Progressistas (PP) oficializam nesta terça-feira (29), em Brasília, a criação da federação “União Progressista”, que já nasce com a ambição de se tornar a maior força política do país. A nova composição reúne 109 deputados federais, 14 senadores, cerca de 1,4 mil prefeitos e 12 mil vereadores em todo o território nacional.

As tratativas para a formação da federação se intensificaram nos últimos meses, com o PP sendo o primeiro a dar o aval formal à união. No Espírito Santo, os dirigentes estaduais das duas siglas – o deputado federal Da Vitória (PP) e o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni (União Brasil) – estiveram reunidos em março para discutir os rumos da nova aliança.

Nos bastidores, Da Vitória desponta como o nome mais cotado para assumir a presidência da União Progressista no Espírito Santo. A expectativa é que sua posição estratégica fortaleça seu protagonismo nas articulações eleitorais de 2026. Ele é apontado como possível candidato ao Senado, além de surgir como alternativa para a sucessão do governador Renato Casagrande (PSB), embora o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) ainda seja o favorito do grupo governista para a disputa.

Com a união, a nova federação se tornará a maior bancada da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, somando seis deputados estaduais: Marcos Madureira, Raquel Lessa e Zé Preto (PP); Denninho Silva, Bruno Resende e Marcelo Santos (União Brasil). Já na bancada federal capixaba, o cenário permanece inalterado: o União Brasil não tem representantes no Congresso pelo estado, enquanto o PP conta com dois deputados, Da Vitória e Evair de Melo.

No plano municipal, a federação passa a contar com 13 prefeitos no Espírito Santo — um do União Brasil e 12 do PP — consolidando-se como a segunda maior força política do estado, atrás apenas do PSB, que elegeu 21 prefeitos nas eleições de 2024.

Ainda não está claro como figuras de destaque, como o deputado federal Evair de Melo, se posicionarão diante da nova configuração. Crítico contundente tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto do governador Casagrande, Evair pode ser forçado a deixar a federação caso ela mantenha alinhamento com o bloco governista. Ele também é mencionado como possível candidato ao Senado nas próximas eleições.