Servidores da Prefeitura e da Câmara Municipal de Anchieta, no litoral sul do Espírito Santo, vão paralisar as atividades nesta quarta-feira (21). A mobilização foi decidida em assembleia no Sinfa (Sindicato dos Servidores Públicos de Anchieta) e conta com o apoio de outros sindicatos estaduais, como Sindsaúde, Sindienfermeiros, Sindiupes e Sigmates.
A principal reivindicação dos servidores é a reposição salarial de cerca de 33%, referente a perdas acumuladas desde a paralisação da Samarco, em 2015. O presidente do Sinfa, Aroldo Oliveira, explicou que mesmo com algumas reposições ao longo dos anos, parte do prejuízo salarial permanece sem correção.

A paralisação contará com uma marcha marcada para as 8h, saindo da sede do sindicato, no bairro Oliveira, até a Prefeitura de Anchieta, localizada na Vila Residencial Samarco. A mobilização deve durar até as 12h.
Segundo o Sinfa, o mês de fevereiro é a data-base para negociação salarial, mas a Prefeitura adiou a discussão para abril e, durante a reunião, afirmou que não haveria possibilidade de nova reposição este ano. Diante da falta de nova proposta ou agenda para diálogo, a categoria decidiu paralisar.
Educação em operação tartaruga
Desde 8 de maio, os profissionais da Educação já haviam iniciado uma “operação tartaruga”, com redução parcial nas atividades das escolas. Eles exigem o pagamento do piso nacional do magistério, congelado desde 2021, além da revisão do plano de carreira, progressão salarial e quitação de passivos trabalhistas.
Mesmo após reunião com o prefeito Léo Português, em que se prometeu o envio de projeto à Câmara para regularizar o piso em setembro, uma decisão liminar do Tribunal de Justiça do ES proibiu o movimento dos professores, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia. A decisão revoltou a categoria, que confirmou adesão à paralisação geral.
Prefeitura alega queda de arrecadação
A Prefeitura de Anchieta alegou, em nota, uma queda de R$ 20 milhões na arrecadação no primeiro quadrimestre de 2025. A gestão afirma manter diálogo com os sindicatos e reforça que já oferece benefícios como vale-alimentação de R$ 900, compromisso com a revisão do plano de carreira, pagamento da progressão de 3,8% e o projeto de lei para o piso do magistério, previsto para entrar em vigor em outubro.
A administração municipal afirma que “o diálogo é o caminho” e acredita estar fazendo o possível para equilibrar as contas e valorizar os servidores.