O governador Renato Casagrande (PSB) anunciou nesta quinta-feira (17) o programa de expansão de escolas de tempo integral na rede pública capixaba. Novas 28 escolas vão oferecer a modalidade, totalizando 64 no total. A expansão significará novas 11.450 vagas, o que significa dobrar a oferta atual em ensino integral, que atualmente contempla 7,8% das matrículas no Estado. O avanço atende as exigências para atingir as metas dos planos estadual e nacional de educação.
Entre as novidades da expansão da rede é a criação de escolas integrais no campo, com metodologia específica, já que as atuais se encontram nas região metropolitana ou zonas urbanas das cidades do interior. Funcionarão em Boa Esperança, Vila Pavão e Águia Branca. Entre os municípios, os que mais terão novas unidades serão Cariacica e Serra, com cinco cada um. Outros municípios contemplados serão Baixo Guandu, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari (2), Linhares, Mantenópolis, São Mateus, Venda Nova do Imigrante, Viana, Vila Velha (3) e Vitória (2). Todas serão escolas já existentes, algumas delas mantendo turmas no regime parcial.
Também será ampliado o oferecimento de cursos técnicos integrados com o Ensino Médio, o que ocorre atualmente apenas em Anchieta. No ano que vem serão mais 15 escolas nesse formato, incluindo algumas com carga horária de 7h, funcionando de 13h às 20h para atender alunos que não tenham disponibilidade de cursar as 9h30 atualmente aplicadas em todas escolas integrais. Além do Ensino Médio e do Técnico, o Ensino Fundamental II também terá turmas integrais. O secretário de Educação, Vitor de Angelo, afirmou que algumas podem abrir no período noturno para Educação de Jovens e Adultos (EJA) caso haja necessidade, o que não ocorre atualmente.
Neste ano o governo estadual inaugurou quatro novas escolas herdadas da gestão anterior. De Angelo ressaltou que o ensino integral segue como um dos projetos prioritários da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), embora tenha feito críticas veladas à gestão anterior, afirmando que é preciso buscar um equilíbrio entre qualidade e equidade, por considerar que no governo Paulo Hartung o projeto Escola Viva implicou o desinvestimento em outros lugares.
Nesse sentido, buscando reduzir as desigualdades, outra novidade anunciada nesta quinta foi a supressão de uma gratificação especial para professores e diretores das unidades de tempo integral, com um redirecionamentos dos custos que atingem R$ 1,3 milhão por ano para ampliar a carga horária de diretores e professores que possuem apenas um vínculo escolar e trabalham em mais de um turno.
Renato Casagrande reafirmou a necessidade de uma educação de qualidade como mecanismo para combater a desigualdade social, que considera como o principal problema do Brasil, aprofundado pela crise dos últimos anos. Embora o Espírito Santo figure entre os estados com melhores índices nas avaliações da educação básica e com crescimento constante desde 2011, o governador lembrou que as notas ainda estão abaixo das metas estabelecidas nacionalmente. “Há um longo caminho a seguir, que exige muita dedicação”.