O candidato do PL a governador do Espírito Santo, Carlos Manato, foi recebido pessoalmente pelo superintendente regional da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas, na manhã de quinta-feira (13). A audiência foi solicitada pelo próprio candidato. O motivo: Manato foi verificar se existe alguma investigação em curso na Polícia Federal a respeito das atividades do extinto grupo de extermínio Scuderie Le Cocq, ao qual já foi filiado no passado, antes de chegar à Câmara dos Deputados, em 2003.

Manato protocolou um requerimento formal de informações, que tramitou na Corregedoria da Superintendência, setor responsável por esse tipo de matéria. Numa busca inicial, não foi encontrada nenhuma investigação em andamento sobre a Le Cocq nos sistemas da Polícia Federal.

O candidato explicou à coluna por que tomou essa iniciativa:

“Como não tenho rabo preso e não tenho nada com o crime organizado, fui lá e protocolei o requerimento, para eles se posicionarem se eu sou ou não investigado, se já cometi algum crime, se pertenço ao crime organizado, se já usei arma, se já matei alguém. Entreguei e fui embora. Eles precisam dar um posicionamento.”

Extinta no início dos anos 2000, a Le Cocq foi o grupo de extermínio mais ativo no Espírito Santo nos anos 1980 e 1990, apontado como responsável por centenas de assassinatos. Manato chegou a ser filiado oficialmente ao grupo, com registro e carteirinha de membro.

A campanha de Casagrande tem divulgado esse fato da biografia do adversário para embasar o discurso de que possível vitória eleitoral de Manato no dia 30 será a vitória do crime organizado e representará “um retrocesso” para o Espírito Santo.

Manato tem respondido, inclusive no horário eleitoral, que isso é medo de derrota e desespero, que ele é “ficha limpa” e que não responde a nenhum processo no Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

Em resposta a declarações postadas pelo deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil), sublinhando o antigo pertencimento de Manato à organização, o candidato justificou assim a sua participação na extinta Le Cocq:

“Eu participei da Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra [Adesg], fiz o curso lá. O grupo que estava lá, que era um grupo de juízes, médicos, e me convidaram depois para ir para uma outra instituição [a Le Cocq]. Nós olhamos a outra instituição, fomos lá, sentimos que não era o mesmo clima da Adesg e, do mesmo jeito que entramos, saímos. E minha vida é limpa, está aberta. Quem quiser uma procuração para ir lá no TJES ver se tem alguma coisa comigo, é só ir lá no TJES que eu dou a procuração.”

Fonte: es360.com.br