O profissional autônomo Eder Rodrigues BoaSorte, de 41 anos, viralizou na internet após ter um desentendimento com motoristas de caminhão gravado. Os caminhoneiros bloqueavam um trecho da BR-163, na altura do município de Sorriso (MT), na madrugada de terça-feira (22).
A discussão foi desencadeada quando os manifestantes impediram que um carro da Secretaria de Saúde da cidade seguisse pela rodovia, que leva a Cuiabá. O filho de Eder, de 9 anos, era um dos pacientes que precisava chegar à capital para realizar uma cirurgia oftalmológica.
O autônomo conversou com a CNN e relatou que, antes de deixar a cidade de Sorriso, soube do bloqueio e foi à frente do carro oficial da prefeitura para a estrada.
Chegando lá, ele apresentou o laudo médico de seu filho caçula aos motoristas e tentou negociar a liberação da via para que, ao menos, os pacientes pudessem seguir viagem.
Os manifestantes se opuseram à liberação e, segundo Eder, foram grosseiros e até desejaram que a criança perdesse o procedimento. “Que fique cego”, teria dito um dos participantes do ato. Ele conta ainda que os caminhoneiros portavam foices e facões.
As imagens que circularam nas redes sociais foram gravadas por volta das 02h30 de terça-feira (22), após quase três horas de negociações e discussão entre o pai do paciente e os manifestantes.
Eder diz que o comportamento dos motoristas fez com que ele se exaltasse, afinal os primeiros exames de seu filho estavam marcados para as 8h da manhã do mesmo dia, no Hospital de Olhos de Cuiabá.
Mesmo diante da confusão, o caminho não foi liberado. Os pacientes conseguiram chegar a Cuiabá depois de percorrerem uma estrada desativada, situada no interior de uma propriedade privada.
O filho de Eder realizou os exames necessários a tempo, mas a cirurgia foi remarcada para a tarde desta quarta-feira (23). A operação não é coberta pelo SUS e custaria cerca de 15 mil reais. A família conseguiu agendar a operação após entrar na Justiça e negociar com a Secretaria de Saúde do município de Sorriso.
*com informações de José Brito e André Rosa, da CNN