As mobilizações pela permanência de Tadeu Marino e Luiz Carlos Reblin na Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na nova gestão do governador Renato Casagrande (PSB) agregam, além de grupo de médicos, servidores públicos. Nesta quarta-feira (14), o Coletivo Defensores do SUS, criado em 2018 e que representa 80 mil trabalhadores ativos e 40 mil aposentados, protocolou uma carta no Palácio da Fonte Grande, Centro de Vitória, endereçada a Casagrande, em que defende o sistema público de saúde e manifesta preocupação com a indicação de um nome do setor privado e corporativo para comandar a pasta.

O documento aponta que Remegildo, cotado para ser o novo secretário, é representante do grupo Athena Sudeste, “responsável pela aquisição de vários hospitais e clínicas particulares e até mesmo de um plano de saúde, em vários estados da federação”, enquanto Tadeu e Reblin são “gestores qualificados e sintonizados com as demandas do Sistema Único de Saúde”. Também alerta a Casagrande sobre as ameaças ao SUS, “tão atacado e vilipendiado pelos setores conservadores, retrógrados e fascistas do nosso país”, e o risco de retrocesso no trabalho realizado no Estado nos últimos quatro anos, fortalecido ainda mais na pandemia da Covid-19. “É patente que o setor privado quer lucrar com o adoecimento e não com a saúde, quer lucrar com as consultas especializadas, quer lucrar com os exames, quer lucrar com os remédios, quer colocar um preço na vida, mas a vida humana senhor governador, e ela não tem preço, é impagável. O senhor foi eleito para defender a vida do povo capixaba”, cobra o coletivo que, com a carta, abre uma campanha pública, que deverá agregar ainda outras entidades e conselhos profissionais. A reação contra a indicação de Remegildo, como se vê, tem sido em cadeia.