Liz já passou por oito ciclos quimioterápicos e segue na luta contra o câncer. Família se apega à fé para passar por este momento

Lutando contra um neuroblastoma IV há quase um ano, a capixaba Liz Uhylig Diniz Dutra, de apenas 3 aninhos, precisa de doação de sangue e plaquetas. As doações são, principalmente, do tipo O+ e O- mas todos os outros tipos sanguíneos são aceitos para fazer reposição e podem ser realizadas no HHEMO, na Avenida Leitão da Silva das 7h às 17h de segunda a sexta-feira.

Liz foi diagnosticada com neuroblastoma IV em maio de 2022 quando tinha apenas 2 anos. Em 10 meses, ela já passou por uma cirurgia, diversos exames e oito ciclos de quimioterapia. Todas essas etapas reduziram o tumor em mais de 80% em menos de um ano.

Diagnóstico

Desespero, medo e fé são as palavras que Bruna Uhylig, mãe da Liz, usa para descrever todo o processo que já viveram. De acordo com ela, o diagnóstico veio após a menina passar mal várias vezes em Anchieta, cidade que moravam até então, e decidirem vir para o Vitória Apart, hospital na Serra. Lá, após alguns exames, foram encontradas massas de tumor no fígado.

Para ter certeza do diagnóstico, ela passou por uma cirurgia para colher o material do fígado e da supra renal, além de fazer um mielograma. Em uma semana, o resultado parcial confirmou o neuroblastoma no estágio IV, o mais grave possível.

“A notícia foi um baque de perder o rumo, mas a gente decidiu viver uma etapa de cada vez. A gente se preocupava tanto em começar as etapas e dar certo que acho que nunca paramos para sofrer o diagnóstico. Acho que é muito importante viver um dia de cada vez e comemorar cada vitória porque é um milagre de Deus”, conta a mãe.

Dia a dia

Bruna conta que a família teve que sair da casa em Anchieta para se mudar e poder acompanhar o tratamento de perto. “A gente tinha uma realidade diferente por conta do custo de vida, agora a gente tem um custo extra com estacionamento de hospital e deslocamento. Meu marido segue trabalhando em Anchieta e nossa renda é toda do trabalho do meu esposo, mas nosso papel de pai e mãe é sempre estar perto dela porque a Liz é nossa vida.”, relata ela.

Liz tem uma vida de medicamentos e por isso precisa tomar cuidado todos os dias principalmente pela neutropenia, diminuição das taxas do sangue que afeta a imunidade. Bruna conta que no início ela chorava de dor e medo, mas aos poucos foi se adaptando e mostrando que tá tudo bem. De acordo com ela, Liz sabe que está dodói mas não entende a gravidade da doença, o que ajuda a lidar com o processo do tratamento.

Por ficar muito tempo no hospital, a família tenta tornar o quarto hospital o mais acolhedor possível levando brinquedos e livros de pintar para distrair Liz. A ideia é conseguir criar um lugar que tenha diversão para ser um quarto que ela possa viver e não só sobreviver.

Mesmo após os oito ciclos quimioterápicos, Bruna conta que a filha segue forte e com coragem por conta do seu boneco do Hulk. “A gente dava o Hulk pra ela e ela segurava para ele passar coragem para ela. A gente sempre carrega o Hulk para lembrar que ela é forte e corajosa”, relata a mãe.

Hoje, Liz precisa de doações de sangue por conta da neutropenia causada pela quimioterapia, que faz com que as taxas sanguíneas fiquem extremamente baixas. “A nossa urgência é nas doações de sangue, mas o que a gente mais pede é oração porque Deus tem suprido todas as outras necessidades”, explica Bruna.

Expectativas para o futuro

A família se apega à fé nesse processo. A mãe de Liz conta que é com oração que eles conseguem passar por tudo isso. Bruna conta que para ela, nas gotas de medicação entravam também as gotas de misericórdia de Deus. Agora, após a redução de mais de 80% das massas que tinham no início do tratamento, é necessário esperar para saber se é possível retirar as massas que ficaram e seguir para os próximos protocolos, principalmente para a realização de um autotransplante.

Bruna diz que Liz é um milagre e uma guerreira cheia de luz que sempre está feliz e demonstra essa felicidade para todo mundo que está a sua volta. “No dia que a gente recebeu o resultado [da diminuição do tumor], eu comecei a chorar lá no quarto e ela disse: mamãe não chora, a Liz tá bem, a Liz é um milagre”, conta a mãe.

De acordo com a mãe, são vários sonhos que ainda querem poder realizar em família e um deles é poder levar Liz para a Disney, que é uma das coisas que ela mais gosta de assistir. “A gente quer poder sair com ela, levar ela no parquinho, no shopping, fazer um culto de ação de graças e poder mostrar que a Liz está bem”, finaliza Bruna.