Dary Pagung, que é vice-líder do governo, diz que a pretensão visa manter Erick Musso no poder
“A quem interessa a antecipação da eleição da Mesa Diretora?”. O questionamento é do vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Dary Pagung (PSB), e serve de título de nota distribuída nesta quinta-feira (7), manifestando-se contra a pretensão de alterar a data de escolha do comando do legislativo estadual.
O posicionamento do parlamentar vai de encontro aos movimentos do presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), que teria a pretensão de antecipar a eleição da Mesa Diretora para o segundo semestre do próximo ano, antes das eleições municipais de outubro.
Segundo o parlamentar, essa modificação somente interessa a membros da atual Mesa que desejam se manter em seus cargos indefinidamente e a todo custo. A alteração seria por meio de um Projeto de Emenda Constitucional (PEC), para o qual Erick já teria o apoio de 25 dos 30 deputados da Casa.
“O Espírito Santo já viveu tempos sombrios e nós nos posicionamos contra qualquer tipo de retrocesso. A última vez em que foi feita a antecipação de eleição da Mesa Diretora foi na Era Gratz”, comenta a nota de Dary Pagung.
“José Carlos Gratz, então presidente da Assembleia Legislativa, apresentou esta mesma Proposta de Emenda Constitucional. Esta, aprovada em 12 de julho de 2000, garantiu que as eleições fossem realizadas no final daquele ano, manobra que o manteve à frente da Casa de Leis por mais dois anos (2001/2003)”, prossegue.
Segundo o texto do parlamentar, “somente em 2003, já com o deputado Cláudio Vereza [PT] na presidência do Legislativo, uma nova PEC foi aprovada, acabando com tal prática. A quem interessa essa modificação, senão a membros da atual Mesa Diretora que desejam se manter em seus cargos indefinidamente e a todo custo?”, reiterou.
Para Dary Pagung, “eles querem com isso assegurar as prerrogativas decorrentes dessas funções, e para isso, não limitam suas condutas e nem se pautam por princípios éticos e morais, como já vimos outrora”.
A nota conclui: “Caso esse absurdo volte a vigorar no Espírito Santo, estaremos sujeitos a macular a própria Instituição Legislativa. A aprovação da PEC será facilitadora do surgimento de comportamentos incompatíveis com um legislativo democrático, cristalizando estruturas viciadas e fechadas à renovação e busca de legitimidade política”.