Com o crescente aumento de casos notificados de doenças causadas pelo Aedes aegypti no Espírito Santo, como a chikungunya e Zika, e, especialmente a dengue, a Secretaria da Saúde (Sesa) orienta ao início de qualquer sintoma, como febre, dores de cabeça e no corpo, que a população busque pelo serviço de saúde mais próximo, como nas Unidades de Saúde Básica de seu bairro, além do início imediato da hidratação. 

O Espírito Santo soma até esta terça-feira (28) mais de 68 mil casos notificados de dengue, mais de 4 mil casos de chikungunya e mais de 3 mil casos de Zika. 

“A ingestão de líquidos pode e deve ser iniciada aos primeiros sintomas, ainda em casa, e ajuda a prevenir o surgimento de desidratação e na recuperação do paciente. Junto com esse processo, é preciso procurar o atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de sua residência”, informou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. 

A hidratação oral realizada de forma precoce, seja com água, sucos, chás ou soro caseiro, ajuda a evitar o desenvolvimento da causa mais grave das doenças, em especial da dengue, uma vez que as infecções causadas pelas arboviroses provocam uma resposta inflamatória que pode levar à saída de líquidos de dentro dos vasos sanguíneos em diferentes graus e quantidades, e provocar a desidratação. Só há uma exceção: bebidas alcoólicas. 

Segundo o Ministério da Saúde, para os pacientes com dengue, o volume total de líquidos ingeridos para hidratação varia de três a quatro litros para uma pessoa com 50kg, e até seis a oito litros para alguém com 100kg. Para crianças, essa média varia de meio litro para crianças com 10kg até dois litros, para crianças de 40kg. Por isso, a importância de iniciar a hidratação em casa e buscar pelo atendimento médico, que indicará a quantidade ideal para cada caso. 

“Os médicos e enfermeiros das unidades de saúde poderão ainda orientar de forma mais precisa quais condutas o paciente deverá tomar em caso de suspeita de alguma das arboviroses. Por isso, pedimos e reforçarmos que, ao surgimento de qualquer sintoma como febre, dor de cabeça, dor no fundo do olho, dor muscular, dor abdominal, dor nas articulações, procure o atendimento médico”, disse Reblin. 

O subsecretário ressalta ainda que os cuidados com a limpeza devem ser mantidos, uma vez que são aliados da população para a eliminação de possíveis focos e criadouros do mosquito, como varrer bem os quintais e colocar areia em pratinhos de plantas. Além do uso de repelentes como medida de proteção contra a picada do mosquito.

Atenção especial voltada às crianças em caso de dengue 

Aedes aegypti não faz distinção de idade, gêneros, tamanhos. E as crianças, em muitos casos, especialmente, aquelas que ainda não sabem falar, também correm risco de serem contaminadas. 

Em relação à dengue, é importante que os pais e responsáveis estejam atentos a quaisquer mudanças no comportamento de crianças e adolescentes e aos sintomas por eles apresentados. 

Na maioria das vezes, a doença pode se apresentar como uma síndrome febril com sinais e sintomas inespecíficos como apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas. Nos menores de 2 anos de idade, especialmente em menores de 6 meses, os sintomas como dor de cabeça, dores musculares e dores articulares podem manifestar-se por choro persistente, fraqueza e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias, podendo confundir com outros quadros infecciosos febris, próprios desta faixa etária. 

E a hidratação também deve ser realizada, de forma precoce e abundante com líquidos e soro de reidratação oral, oferecendo com frequência, de acordo com a aceitação da criança, assim como a ida à unidade de saúde para o acompanhamento médico.