A feira orgânica do projeto Ponto de Saúde, que acontece desde 2016, no Centro de Vitória, este ano já ganhou um novo espaço, no Bairro Fradinhos, também no município. O projeto, que tem como enfoque criar um espaço de vivências e de alimentação saudável, tem movimentado mensalmente uma média de mais de três mil quilos de produtos, distribuídos em cerca de 280 caixas com mais de 25 produtos variados.
Desde o início, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) tornaram-se parceiros da iniciativa, oferecendo apoio e assessoramento técnico. A ideia surgiu a partir da demanda dos próprios moradores do Centro da Capital, que buscavam alimentos saudáveis comprados diretamente com o produtor e, diante desta necessidade, a Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro) procurou o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Associação dos Produtores Santamariense em Defesa da Vida (APSAD VIDA).
De acordo com relatórios gerados pelo Greenpeace do Brasil, o país ocupa, há mais de 10 anos, a posição de maior consumidor de agrotóxicos do mundo e por este motivo, cada vez mais são buscadas alternativas ao chamado sistema convencional, com destaque os processos de transição agroecológica, produção orgânica e comercialização direta desses produtos e consumidores têm se tornado cada vez mais conscientes e, consequentemente, mais exigentes pelo consumo de alimentos seguros e com qualidade nutricional.
O atual responsável pelo Ponto Saúde, o agente de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Gerência de Assistência Técnica e Extensão Rural do Incaper, Luciano Bravim Krüger, explicou que diante desse cenário é que surgiu o conceito central do projeto, de criar um espaço de vivência que contribua para a consolidação de uma visão mais ampla de saúde, tendo como ponto de partida a questão alimentar.
“O projeto parte da ideia de que o alimentar torna-se um ato cidadão quando é consciente, e quando promove relações socioeducativas capazes de promover mudanças na saúde individual, coletiva e ambiental. Portanto, o Ponto Saúde parte do pressuposto de que é preciso e possível unir forças sociais, agricultores, instituições privadas, setor governamental, organizações não governamentais, consumidores, para promover a qualidade de vida, por meio de uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos”, lembrou Krüger.
Além da comercialização de alimentos agroecológicos e orgânicos, durante esses anos foram desenvolvidas atividades como estímulo à prática de exercícios físicos, palestras sobre cultura alimentar saudável, oficinas de culinária saudável, oficinas de higienização de alimentos, apresentações culturais, conscientização para o consumo consciente, entre outras, todos em um mesmo espaço e oferecidas para toda a comunidade.
Segundo Luciano Krüger, com a Pandemia de Covid-19, houve a paralisação e encerramento de algumas atividades, mas novas alternativas de permanência foram desenvolvidas.
“Criamos um sistema de encomendas dos clientes com os produtores. Dessa forma, foram entregues cestas individualizadas, em um sistema que permanece até hoje, mesmo após a volta do funcionamento da feira de orgânicos”, lembrou.
Hoje, o comércio de produtos orgânicos ocorre às terças-feiras, em frente à Catedral Metropolitana, das 08h às 17h – quando ocorre feriado na terça-feira, o evento automaticamente é transferido para às quartas-feiras –, e aos sábados, a feira orgânica e agroecológica, acontece no Bairro Fradinhos, ao lado da Associação de moradores, das 08h às 12h.
Em seu início o Ponto Saúde também teve como apoiadores o Colégio Salesiano, o Colégio Agostiniano e a Pastoral da Saúde, localizados em Vitória.
Texto: Tatiana Toniato Caus com informações oficiais do Ponto Saúde.