Em Muqui, município de 13,7 mil habitantes do sul do Estado, o atual prefeito, Cacalo, tem direito a tentar a reeleição nas eleições de outubro deste ano. Mesmo assim, outra pessoa deverá representar o bloco político da situação: João Paulo Viçosi, o Frei Paulão, ex-prefeito que apoiou Cacalo em 2020. A novidade foi anunciada pelo diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB), sigla na qual os dois estão filiados.

“O candidato da situação, do nosso grupo político, sou eu. É uma coisa acordada entre nós dois. Já está tudo alinhado, tudo certinho. Eu estou dia sim, dia não, fazendo reuniões. Estou intensificando muito a minha pré-campanha. O cenário político é bem favorável a mim, e por isso eu estou muito animado”, afirma.

Frei Paulão foi prefeito de Muqui em dois mandatos, de 2001 a 2008, e secretário de Estado da Cultura, em 2011. Em 2016, foi novamente eleito, mas teve o registro de candidatura indeferido, com base na Lei da Ficha Limpa. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades em um contrato da prefeitura para aquisição de ambulâncias de 2004, e ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficando inelegível por oito anos.

Em 2019, o governador Renato Casagrande (PSB), seu aliado de longa da data, chegou a nomeá-lo subsecretário de Aquicultura e Pesca, mas teve que voltar atrás por causa da Lei da Ficha limpa capixaba. Reabilitado em 2023, foi nomeado novamente pelo governador, dessa vez como diretor de Segurança e Trânsito no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) – cargo do qual deverá se desincompatibilizar em junho.

“Eu sinto que a sociedade quer me devolver o mandato que me foi tirado ilegitimamente. A sociedade não quer que eu entre apoiando um outro candidato, ela quer que o candidato seja eu. A sociedade conhece a minha administração, sabe a importância para o município de ter eu como gestor”, assegura Frei Paulão.